Vamos de mais uma babação de ovo pelo cinema de um dos meus preferidos, o francês Mr Oizo, também conhecido como Quentin Dupieux.
Vou repetir o que sempre escrevo: o cinema de Dupieux parece uma versão surrealista de um filme dos Trapalhões… que funciona muito.
Daaaaaalí! é mais uma viagem do cara, contando a história de uma jornalista francesa que consegue marcar uma entrevista com o maior surrealista de todos mas nunca consegue realizar tal entrevista.
Porque Dalí sempre arruma desculpas para ir embora, as desculpas mais bestas possíveis.
E a jornalista continua insistindo, pedindo por uma nova chance, dizendo que da próxima vez ela vai levar o que ele pediu e na hora ele vai embora.
Mas isso é só a história, o fio condutor do filme.
Só.
Porque os filmes de Dupieux já são estupidamente complexos (isso foi quase um elogio) e desta vez ele aproveitou que Daaaaaalí! é sobre Salvador Dali e fez um filme digno de Luis Buñuel (oi vários atores fazendo o mesmo personagem!).
Só que com os 2 pés nos Trapalhões, claro.
Os “truques” surrealistas do filme quase sempre que Dalí está em cena são muito precisos e necessários. Nada é por acaso e nada no filme está em excesso.
Desta vez Dupieux (quase) some por trás deste personagem maior que a vida que é o grande artista espanhol e por vários momentos eu achei que tudo o que eu estava assistindo era possível (e provável) que acontecesse enquanto Dalí esteve vivo.
E isso sim é cinema.
NOTA: 
1/2
