Brats poderia e deveria ter sido um documentários mais incríveis do ano.
Mas não é.
Que decepção.
O filme é uma ideia e foi dirigido por Andrew McCarthy, um dos atores mais conhecidos da década de 1980, um dos atores da turma conhecida como Brat Pack, a geração de jovens atores que mudou o destino de Hollywood e que teve esse nome como uma “piada” com o Rat Pack, a última turminha poderosa de Hollywood, com Frank Sinatra, Dean Martin e amigos.
Só que o que o Rat Pack tinha de cool, de bacana, o Brat Pack (os Pirralhos) ficou conhecido como uma turma de “playboys”, já que a turma era encabeçada pelo Emilio Estevez, filho do Charlie Sheen, um dos grandes nomes de Hollywood e por isso mesmo o “pirralho” da turma foi chamado assim por ser o que hoje em dia é conhecido como nepo baby, o cara que tá lá só por causa do pai.
O termo Brat Pack surgiu em um artigo de jornal, como uma crítica mas também como uma constatação a turminha que tinha Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Judd Nelson, Molly Ringwald, Ally Sheedy, Demi Moore, Rob Lowe e o próprio McCarthy.
Enquanto lá nos 1980’s essa turma de atrizes e atores surfou na onda do título, tudo bem.
Alguns estnao de novo na mídia, como Rob Lowe e Demi Moore, outros quase, como Ally Sheedy e outros como o diretor deste filme Andrew McCarthy, diz sofrer muito por ter sido chamado de pirralho.
Hoje, né.
Então ele resolveu fazer esse filme para encontrar, depois de 30 anos sem ver, toda a turma e saber se eles também se sentiam mal com o título.
Spoiler alert: ninguém se sente mal.
Nem as atrizes, nem os atores, nem os diretores dos filmes, nem os produtores, nem os diretores de elenco. Todo mundo tem a mesma percepção de que o tal artigo acabou ajudando na carreira e acabou dando um nome ao que hoje é conhecida como uma virada de chave de Hollywood, quando eles descobriram, finalmente, o público adolescente, o público jovem adulto. E o dinheiro veio.
Brats é um chororô meio ridículo de McCarthy, que atravessa os 4 cantos dos Estados Unidos procurando validação para seu trauma e spoiler alert 2, não encontra.
Cena mais constrangedora do ano: quando ele vai entrevistar o jornalista que escreveu o artigo 40 anos atrás e fica tentando e insistindo e tentando mais ainda que ele diga que se arrepende do artigo e sai super frustrado de lá.
Fiquei com pena do Andrew McCarthy.
Mas isso tudo só prova que o Brat Pack erra sim uma turma de privilegiados, personagens de uma classe média americana, que começou a ser mostrada de uma forma nova nos filmes e que por mais que fosse uma amostra da época, é legal até a página 5.
Sempre me interessei mais pelos mais malditos, pelo Repo Man, pelos punks, diferente dos “boyzinhos”, dos pirralhos, mas gostava muito de alguns filmes que hoje são clássicos adolescentes como A Garota de Rosa Choque, O Primeiro Dia do Resto de Nossas Vidas e Clube dos Cinco.
Como diz a Demi Moore pro Andrew McCarthy quando conversa com ele no filme: “você precisa de terapia, isso sim”. Verdade. Tadinho.
NOTA: