Mesmo amando com força Cindy Lauper desde que ela apareceu lá nos anos 1980, eu descobri que não sabia quase nada da vida privada da musa.
Let The Canary Sing, em cartaz no Festival In-Edit Brasil e também no Paramount+ (um canal que eu não entendo muito a existência), é um documentário bacana, bem chapa branca mas que no caso nem é tão ruim, porque a gente aprende muito sobre a história pessoal de Lauper ao mesmo tempo que percebe o quanto a super exposição de artistas acaba sim com a aura de surpresas e até de suspense.
Lauper teve uma carreira grande como vocalista de bandas de rock antes de lançar seu disco solo, o clássico She’s So Unusual. E aqui a gente vê o quanto ela sempre foi maior que as bandas onde cantava.
O jeito espevitado (oi vó!), a mesma cara de quem está em outro universo, tudo já estava lá. Principalmente a voz. Que voz.
É incrível perceber o quanto produtores e executivos de gravadoras não percebem o potencial de uma artista como ela, com o poder de voz que tem e o quanto essas pessoas, que recusaram uma artista desse nível, devem ter se sentido idiotas depois de realizarem “ah, essa é aquela que um dia foi lá”.
O título do filme, Let The Canary Sing (Deixe o Canário Cantar), foi dito por um juiz em um processo que Cindy sofreu por conta de uma ex gravadora quando assinou com a nova que lançou sua carreira solo e ela seguiu essa decisão pelo resto de sua vida.
Descobrir como suas canções foram criadas, escritas, re-escritas, o que tem por trás de cada um de seus grandes sucessos e ver o quanto ela foi inteligente o suficiente para usar o que tinha em mãos para usar como estratégias de marketing em várias fases de sua vida é entender que Cindy Lauper é maior ainda do que a gente acha, conhecendo “apenas” sua lista enorme de músicas incríveis, várias inclusive que viraram hinos feministas.
Filme pra fã e filme pra quem gosta de mulher fodona, poderosa, artista incrível ou tudo isso junto.
NOTA: