Kill Your Lover é literalmente um body horror punk. Bom pra caramba. Surpresa incrível.
Podia só ficar fazendo frases com adjetivos elogiosos mas não, Kill Your Lover merece um pouco mais.
O filme é meio que uma super metáfora de um relacionamento abusivo, sem inocentes, só culpados, onde a frase que sintetiza tudo é “meus germes são seus germes”.
Dakota é a vocalista de uma banda punk que tem 3 empregos para pagar suas contas mas vive bem demais, cheia de amigos, beija muito na boca e ouve e faz boa música.
Axel é um zwnéguis, como dizem meus amigos, um cara normalzão, sem graça até mas que depois de transar com Dakota a primeira vez já começa a falar sutilmente de namorar, de relacionamentos, de se ver de novo.
Mesmo a espertona que é, mesmo com o toque da melhor amiga, ela cai no papinho e chama o cara pra morar com ela, mesmo ela sendo bem ousada no sexo e ele um tadinho pra quem ela precisa ensinar tudo, por exemplo.
Enquanto ela tem em casa uma parede cheia de fotos de baladas, de amigos, de doideiras, com um neon enorme escrito “Fuck You”, ele trás pra casa dela um abajur horroroso que é herança de família e ele faz questnao de deixar na sala.
Esses são os extremos opostos que se atraem, como dizem por aí.
Só que aos poucos ele vai tirando as fotos dela beijando as pessoas, vai falando das roupas que ela usa, das tatuagens e ela, não sei como, só explode quando é tarde demais.
E o dia que ela explode e resolve colocar um fim ao namoro, Axel tem um piripaque durante um sexo de reconciliação e queima com as mãos o pulso de Dakota, enquanto os segurava.
E assim começa o horror.
Axel está desenvolvendo umas veias pretas por seu corpo, que já tomram suas pernas, peito e em pouco tempo já cobrem seu rosto e cabeça.
Quando ele encosta em Dakota, queima a pele da namorada, deixando em carna viva.
Isso em meio a discussões de fim de namoro e preocupações do que pode estar acontecendo com ele e com ela.
Kill Your Lover é a personificação de uma tentativa de fim de namoro horroroso que dá muito errada e a gente vê nos corpos do casal o que provavelmente eles sentiam, como se os sentimentos mais podres estivessem literalmente à flor da pele, criando raízes, impedindo decisões, atrapalhando tudo onde o ponto de explosão já ficou pra trás há tempos.
Imperdível.
NOTA: 1/2