O mexicano da Netflix Temporada de Furacões deveria se chamar “O Normal É Ter Furacões”.
No interior do México, que poderia ser no interior do Brasil ou de qualquer outro país do mundo nos dias de hoje, a desgraceira é tão grande e tão constante que quem dera fosse só uma temporada, alguns dias com furacões.
O caos não tem fim na vida de uns jovens pobres de marré-de-si que tentam o que podem e o que não devem para conseguir qualquer dinheiro possível para comprar um par de tênis ou comer direito. No mundo dos espertos, se baixar a guarda você leva forte na cara. Eles sabem bem e por isso estão ligados o tempo todo.
Uma das alternativas é os caras participarem dos bacanais da Bruxa, uma travesti que mete medo em todo mundo e que sim, é curandeira, por isso chamada de bruxa, mas que nas festas distribui drogas, dinheirinhos e beija todo mundo e em sua casa, como ela mesma diz, tudo é liberado.
Lá os meninos se jogam, bebem, ficam doidos, beijam e comem todo mundo e a Bruxa, depois dessas festas, é vista com outros olhos pelos mesmos caras que dias depois estão a xingando de tudo quanto é palavrão péssimo.
Até a próxima festa.
Mas o grande furacão do filme é quando uma menina de 14 anos, grávida, aparece por aquelas plagas, é acolhida por um dos caras, mesmo ele não tendo muito a oferecer.
O quase nada, pra ela, é melhor do que ficar na rua e ter que fugir de todo tipo de homem mais velho tentando violentá-la, como seu padrasto fez e que a levou ser expulsa de casa pela mãe.
Mesmo ela estando com a gestação bem avançada, sua nova “sogra” a leva na Bruxa para ela dar alguma bebeção pra que o “problema” da barriga seja resolvido.
É treta em cima de treta, é desgraça em cima de desgraça, é furacão em cima de furacão e parece que a Bruxa acaba sendo o epicentro dos acontecimentos que não acabam.
Até que terminam e a gente fica com dor de estômago, sem unhas e, por incrível que pareça, querendo mais.
Viva a diretora Elisa Miller.
NOTA: