Beach Boys é uma banda que eu nunca gostei.
Nunca entendi porque o povo amava tanto os Bee Gees da Califórnia. Sempre pensei isso dos irmãos Wilson com suas musiquinhas legais até, mas que pra mim serviam no máximo de trilha dos filmes da Annette Funicello e do Frank Avalon.
Até que em 2000, pelo que vi no filme, Pet Sounds foi tirado do limbo da indústria fonográfica e parece que além de mim, o mundo inteiro descobriu pra que Brian Wilson, e seus irmãos e primo e amigos, vieram ao mundo.
Como disse Paul McCartney lá atrás, God Only Knows é a música mais linda já escrita na história, mas a gravadora dos Beach Boys sempre quis que a gente só ouvisse Surfin’ Safari e Surfin’ Usa da vida.
Assistir The Beach Boys, o documentário da Disney+ que conta a real (será?) história da banda que bateu de frente com os Beatles no final da década de 1960, foi um alívio pra mim ao descobrir que não foi totalmente minha culpa ser um fão ardoroso atrasado dos caras.
O que eu sempre soube é que Brian Wilson, um dos gênios do rock feito nos EUA, tomou tanto LSD que nunca mais voltou das viagens mais psicodélicas possíveis.
Ele não só criou os Beach Boys com seus irmão Carl e Dennis e seu primo Mike Love e seu amigo Al Jardine como escreveu todas as músicas e produziu quase todas e a partir de um momento criou uma nova forma de produzir que foi essa revolução toda.
Pessoas como Lindsey Buckingham, Janelle Monáe, Ryan Tedder e Don Was contam suas histórias com os Beach Boys e como Brian foi o gênio que foi.
Mas os Beach Boys era uma banda, ou uma empresa, familiar e claro que sempre tem trreta quando tem família no meio e a treta tinha um nome: Murry Wilson.
O pai dos 3 irmãos, quando percebeu que a banda que os filhos formaram poderia fazer sucesso, largou trabalho, vendeu tudo e investiu o dinheiro nos Beach Boys se tornando seu empresário, manager, diretor de turnê e tudo mais.
Ele era super controlador, quase sendo um diretor artístico da banda. E quando achou que a carreira dos meninos poderia afundar, ele vendeu os direitos de todas as músicas da banda, já que ele também era o dono da editora dos caras. Vendeu tudo por 700 mil dólares, o que logo depois se mostrou ser uma barganha pelos milhões e milhões que a banda fez com todo seu sucesso.
Brian nunca o perdoou!
Com a tal da pirada do Brian, os irmãos começaram a aparecer mais. Carl virou o frontman e Dennis, o baterista e bonitão da banda, apareceu mais ainda e logo lançou seu disco solo que hoje também é muito cultuado.
Eu senti falta de falarem mais da piração crítica do Brian, mostraram pouco, porque no final foi por isso que os Beach Boys terminaram como terminaram. O gênio produtor foi pra Marte e a banda teve que se virar como pôde e a virada não foi tão genial quanto o irmão mais velho vinha imprimindo na banda.
O filme é bom mas não chegou onde poderia, na minha opinião. Senti falta do McCartney falando, senti falta dos podres das turnês, mas o filme tem uma trilha linda do Mike McReady do Pearl Jam.
Uma coisa engraçada é que o documentário é dirigido pelo Frank Marshall, diretor de Aracnofobia, filme que está na cabeça de muita gente essas últimas semanas depois de 2 filmes de horror com aranhas terem aparecido, o francês e o austrialano.
NOTA: