O Mal Não Existe é o novo filme do ótimo diretor e roteirista japonês Ryusuke Hamaguchi, o cara responsável por um já clássico Drive My Car, o petardo sobre o diretor de teatro e sua motorista que venceu inclusive o Oscar.
Este novo filme é sobre uma floresta perto de uma vila nos arredores de Tokyon que vai ser transformada em um camping de luxo por uma empresa bem desgraçada que não está nem aí com a preservação do lugar e muito menos com os habitantes de Mizubiki que dependem da água que vem da floresta e que terá seu rumo mudado pelo “glamping”, o camping de glamour.
Takumi, um viúvo que cuida de sua filha, é uma das pessoas mais ativas na preservação da vila, de seu entorno e de sua história e assim se torna o foco da incorporadora para tentar chegar aos outros moradores e convencê-los que o empreendimento é bacana.
O lindo do filme são as cenas onde a ação é quase nenhuma, onde o roteiro fica (em princípio) em segundo plano e onde a cinematografia e a direção precisa de Hamaguchi nos leva para um outro nível de percepção.
Eu não entendi muito bem o drama quase farsesco da história do glamping, da reunião, dos moradores e da parte final do filme que vai para um metafísico quase psicodélico.
Daí eu li qua a ideia original do filme era que fosse um curta sem diálogos, só com a trilha e eu tenho certeza que o que é lindo no filme veio dessa ideia original e que quando resolveram transformar em longa perderam essa pureza e delicadeza que, pra nossa sorte, ainda existe em momentos importantes do filme, principalmente em seu final.
NOTA: