Vamos começar do começo.
Grandes Hits é uma comédia romântica com viagem no tempo.
NADA no cinema me anima mais do que um filme com viagem no tempo. NADA.
Se juntar com comédia romântica, outra paixão minha, já sai de cara cheio de claquetes na nota.
Grandes Hits é uma gema perdida e escondida no Star+ e pior, é um filme que a criticaiada careta de sempre tá detonando, eu nem entendi o porquê.
O filme é uma belezinha de triste e fofo e feliz, com um roteiro bem inteligente, um elenco incrível, encabeçado pela inglesa Lucy Boynton, a esposa do Freddie MErcury, que a gente tanto gosta.
Lucy é Harriet, que no começo do filme se apaixona pelo bonitão Max (David Corenswet, o boy da Pearl) em um festival de música.
Ela é produtora, ele é cantor, quer dizer, encontro dos sonhos e dá certo.
Eles se apaixonam de cara, vivem um amor lindo mas eles sofrem um acidente de carro bem grave.
Ele morre e ela tem um traumatismo craniano muito sério que lhe dá um “poder” todo especial: se ela ouve a música certa, ela consegue voltar no tempo para o momento que ele escutava a mesma música com o finado Max.
E ela usa esse poder para tentar voltar no tempo na hora exata onde ele poderia salvá-lo no acidente fatal. E isso vai consumindo sua vida.
E o que vai consumindo sua vida também é o fato dela não poder ouvir nenhuma música que a remeta ao seu namoro que ela entra num tipo de transe e volta imediatamente ao passado.
Por isso ela larga o trabalho de produtora musical, vai trabalhar em uma biblioteca, onde é proibido tocar música ou mesmo falar e anda para cima e para baixo com fone de ouvido potente para não correr risco nenhum fora de casa.
Os únicos lugares que ela frequenta sem fones são as festas onde seu melhor amigo Morris é dj e sabe o que ela não pode ouvir.
Em um desses eventos ela conhece David (Justin H. Min, o Yang de A Vida Depois de Yang), um cara muito fofo, gente boa, que gosta de Harriet de cara e que olha só, também tem problemas por causa de uma morte recente.
Grandes Hits é um filminho tão cheio de coisas legais, escrito por um cara bem talentoso, o Ned Benson, que aqui estreia na direção.
A ideia da viagem no tempo e o porquê da viagem acontecer a partir de música é das coisas mais lindas, ainda mais pra quem tem vinis e cds e mídia física, como se diz hoje em dia, como Harriet tem e os utiliza e faz anotações das músicas que ouviu, pra onde ela foi, em quais momentos do namoro.
O amor de Harriet pela música se tornar o seu pior pesadelo é muito cruel ao mesmo tempo que lírico, porque ela no final das contas pode controlar seu futuro e seu passado.
NOTA: