Suspense australiano inteligentíssimo e bem desgraçado que me deixou, ao final, sem saber se eu tinha amado ou odiado.
E poucos sentimentos são melhores do que este ao ver um filme.
You’ll Never Find Me se passa inteiro dentro de um trailer onde mora um barbudão bem estranho, solitário. Esse trailer não é o bacana tipo o que a Ana Maria Braga alugou pra viajar, é dos trashs, onde moram pessoas bem sem condições.
Numa noite com uma chuva torrencial, uma mulher bate à sua porta pedindo abrigo, por estar perdida e pede para usar seu celular.
A partir daí a gente não sabe mais nada o que é real, quem é quem e se alguma coisa bem estranha está acontecendo bem na nossa frente, o que me deixou bem atormentado com o que os diretores Josiah Allen e Indianna Bell fazem com a nossa cabecinha no filme todo.
Falar que o filme é um filme de gato e rato é diminuir muito o impacto da relação do homem com a visitante. O jogo de poder que a gente vê no filme é mais sutil e mais potente do que a gente se acostumou a ver em filmes de horror explícito ou de suspense contundente.
O barbudão enrola a visitante o quanto ele consegue, dizendo que o celular não funciona, que o telefona do estacionamento fica longe enquanto ele tenta entender se a história que ela lhe conta bate com o que poderia ser real.
Ela diz que está num hotel, que não é de lá e que estava na praia quando a tempestade começou ao que ele rebate a veracidade dessa história.
A gente não sabe se ele quer que ela realmente fique com ele no trailer e se ela quer realmente ir embora e à medida que os minutos vão passando, nossa percepção vai sendo mais embaralhada ainda.
A conclusão (besta) do filme pra mim é que You’ll Never Find Me é um dos grandes filmes de paranóia dos últimos tempos. Inclusive o barbudão fala sobre isso no filme mas eu não esperava vê-lo tnao noiado quanto vi.
O filme tem uma das melhores sequências de doideira/piração recentes, quando o barbudão se desespera com luzes que seriam de carros de polícia dora do trailer, junto com imagens de seres que podem ser só as vozes de sua cabeça, que pra ele estão no lugar de Deus e mais um monte de símbolos de sua histórias e dos fantasmas de sua vida passada o tiram do prumo.
Como diz a música tema do filme “I don’t dream, I sleep walk” (eu não sonho, eu sou sonâmbulo).
Que porrada!
NOTA: