Lunana: Um Iaque na Sala de Aula é um dos filmes mais legais dos últimos anos.
Vindo dos cafundós do Butão, o filme foi indicado ao Oscar de filme internacional e deu um belo fruto.
O Monge e a Espingarda é o novo filme do diretor Pawo Choyning Dorji e de novo, se passa nos cafundós do Butão, em 2006, quando o Rei larga o poder e o povo precisa aprender a votar para entrar na democracia, como diz os anúncios de televisão.
Televisão, inclusive, que só em 2006 é liberada no país, junto com a internet.
Até então, como vemos neste #alertafilmão, o Butão era um país totalmente rural e o povo totalmente apaixonado com o rei e como de novo, vemos no filme, não sabe o que fazer com a eleição iminente.
Mas a nossa história gira em torno da história de um monge que é incunbido por seu Lama, tipo o Dalai, sabe, a sair pela região e conseguir 2 armas para ele usar na festa da lua cheia, que será dali a 4 dias.
Em paralelo vemos a pequena região onde eles moram ter aulas sobre votação, ter aulas sobre democracia e o melhor, o povo da região tentar entender a razão deles terem que votar contra pessoas “rivais”, uma de cada lado, para dar-lhes segurança e felicidade se sob o comando de seu rei, eles já vivem com segurança e felicidade, como eles mesmos dizem.
É bem de se pensar, o quanto a tal nova democracia vai fazer o país melhor, segundo aquele povo.
Mas o Monge incansável vai batendo de porta em porta atrás das armas que o Lama precisa ao mesmo tempo que um traficante de armas americano está no Butão procurando uma espingarda da época da Guerra da Secessão americana, que ele descobriu estar por acaso na mesma região.
O que acontece então é quase que uma comédia inglesa dos anos 1960/70, de entra e sai, de quase encontro, de vamos correr pra encontrar o monge, de manda quem pode e obedece quem tem juízo, de que sorte que hoje tem televisão e lá no fundo da cena ao vivo aparece o cara que a gente tá atrás.
O roteiro do Monge quase vira uma comédia meio Trapalhões com torta na cara mas o diretor Dorji consegue segurar o filme direitinho e faz do drama político uma diversão das boas, cheio de surpresas e de tiradas muito inteligentes sem ser pedante.
NOTA: 1/2