Infelizmente eu tenho um pé atrás com a diretora Ava DuVernay pelo motivo de: ela não sabe dirigir.
Ela tem um posicionamento político incrível, tem ideias maravilhosas, tem uma rede de amigos e colaboradores invejável mas deveria chamar diretores competentes e inventivos para fazerem seus filmes.
Veja Origin, seu novo petardo cinematográfico, que poderia ter sido um dos melhores filmes do ano passado mas acabou sendo uma obra que a gente não sabe se é filme, se é panfleto, se é pseudo documentário, se é uma experiência cinematográfica ou o que deveria ser na verdade.
O que deveria era seer bem dirigido e bem escrito.
A ideia de contar a criação de um livro fundamental, Caste: The Origins of Our Discontents, da escritora Isabel Wilkerson, é maravilhosa.
No livro, e aqui no filme, vemos Isabel passando por muitos percalços em sua vida pessoal enquanto pesquisa a ideia de criação de castas como a principal responsável por eventos chaves discriminatórios pelo mundo como a escravidão e a vida perseguida dos negros nos EUA, a ideologia nazista e a filosofia de castas na Índia a partir dos Dalits.
O que eu vi no filme sobre a escritora e seu livro me abriu os olhos para uma realidade muito interessante de intersecção de ideias em momentos e lugares díspares e que Isabel prova por A + B que tudo se comunica.
Mas o que vemos na tela é um filme com um roteiro tão cheio de falhas e de idas e voltas no tempo que se complicam ainda mais com uma edição imprecisa e uma caracterização de elenco quase vergonhosa.
Por falar no elenco em si, encabeçado pela ótima Aunjanue Ellis-Taylor vivendo Isabel, fiquei até com pena de vê-la sendo tão mal dirigida, com momentos quase patéticos em cenas pivotais.
Niecy Nash, Vera Farmiga, Audra McDonald, Jon Bernthal, todo mundo fazendo o que quer da forma que quer sem uma diretora ter uma mínima ideia de contexto de personagem, é algo que não me desce mais em pleno 2024.
Uma pena, de verdade, porque essa história merecia muito mais.
NOTA: