Se eu gostei de Ferrari, o novo filme do mestre Michael Mann?
Eu fiz promessa pra que os produtores deste filme liberem dinheiro para que Ferrari vire uma franquia e que Michael Mann e sua turma lancem um filme desses por ano.
PQP, que filme inacreditável. Eu que não ligo nada pra carroo, corrida de carro, Ferraris e afins, achei a história de um verão, em 1957, na vida de Enzo Ferrari uma das coisas mais legais e excitantes que assisti nos últimos tempos.
Claro que tudo isso se deve a maestria do diretor, um dos caras que nos EUA mais ousa, experimenta, aperfeiçoa seus roteiros ao máximo e o melhor de tudo, um dos diretores que melhor dirigem elenco.
Não tem 1 personagem em Ferrari que você veja e pense “humm, aquele ali foi esquecido e fez o que quis”. Não. Michael Mann se esmera com seu elenco, dos principais ao figurante lá do fundo, o que é quase que inédito no cinema saído dos EUA nos dias de hoje.
O onipresente Adam Driver, que cada vez se mostra melhor, é Enzo Ferrari, que em poucos meses de 1957 tem que lidar com uma crise profunda no seu casamento com Laura (a maravilhosa Penélope Cruz) que vem desde a morte de seu filho Dino, enquanto vive um amor proibido com Lina (Shailene Woddley, o único senão do filme pra mim) com quem tem um filho de 10 anos de idade.
Mas o grande “problema” de Enzo é vencer uma corrida importantíssima na Itália para que a Ferrari não entre em falência e tudo o que ele construiu vá por água abaixo.
Para isso ele contrata para seu time de pilotos de corrida o aristorata espanhol Alfonso de Portago, vivido pelo brasileiro Gabriel Leone, a maior surpresa de Ferrari.
Enquanto Enzo prepara seus carros em sua fábrica para que algum piloto vença a corrida e bata a Lamborghini, Enzo consegue a seu jeito todo frio, calculista e pomposo lidar com seus 2 amores e a iminente falência.
Adam Driver vive um Enzo de 59 anos de idade com a energia de um homem desta idade mas com a cabeça de um jovem de 19, o sonhador que tentou um acordo com a Fiat e recebeu seu primeiro não na vida.
Ferrari é um filmaço sobre uma história que aconteceu em 2 ou 3 meses, com um ou outro flash back. Só imagino o que não tem ainda de história muito boa para ser contada com esse timaço de personagens pelas mãos de um diretor do nível de Michael Mann, que não deixou que um filme sobre (o) a Ferrari virasse um filme que chegasse perto de um Velozes e Furiosos da vida.
Que venham mais e melhores, sr Michael Mann.
NOTA: 1/2