Gabriele Salvatores é um diretor superestimado, na minha modesta opinião.
Ele já venceu o Oscar de filme Internacional com Mediterrâneo, um filme que à época eu achei uma bobagem e que hoje eu precisei me esforçar pra lembrar do que se tratava.
O Retorno de Casanova é seu novo filme, onde ele conta a história de Leo Bernardi, um diretor de cinema no ocaso da vida, e seu novo filme é exatamente baseado no Casanova de Arthur Schnitzler, onde o antes sedutor agora vive uma decadência geral.
A história é tristonha e o ótimo Toni Servillo vive um ótimo Bernardi mas a direção do filme é tão óbvia e sem graça, com piadas de tiozão do pavê e tiradinhas de homem que não aceita que envelheceu. E envelheceu faz tempo.
O filme não é sobre um cara de 60 anos que se acha jovem de 30, mas sim do cara de 80 que se acha com 30 anos de idade.
E nada em sua vida funciona mais apesar dele negar veementemente: tecnologia, mulher muito mais nova, concorrência de diretor que o reverencia como ícone e não concorrente e por aí vai.
O filme parece mais uma mea culpa, uma carta que o próprio Salvatores entrega de “tá legal, olha como eu me sinto hoje em dia”.
Só não acho que essa carta deveria ter vindo em forma de filme meia boca.
Ele (e seu público) não merecia isso.
NOTA: