Todo mundo dizendo “Eileen, o novo filme da Anne Hathaway é demais”.
Não, minha gente.
Eileen, o novo filme da Thomasin McKenzie é demais.
Eileen, o novo filme do diretor William Oldroyd é demais.
A Anne é um adendo ao filme. Adendo ótimo, mas adendo.
Thomasin, que a gente viu crescer em filmes como Jojo Rabbit aqui é a Eileen do título, uma jovem que no início dos anos 1960 precisa voltar para casa do pai depois da morte da mãe.
Mas seu plano era dar uma ajeitada na vida do pai ex policial alcoólatra, expulso da corporação, e voltar a ter sua vida própria longe de onde cresceu e pra onde não quis voltar.
Mas a vida sempre prega peças e lá está a jovem vivendo uma vida de merda, voltando todo dia pra casa com 2 garrafas de bebida para o pai, trabalhando na penitenciária, um horror de rotina.
Ah, claro, pra piorar tudo ela é ainda mal tratada por ser filha de quem é.
Até que um dia Rebecca, a nova psicóloga da prisão começa a trabalhar por lá e Eileen enxerga nela uma novidade que pode alegrar sua vida de alguma forma, já que a mulher com certeza nnao se encaixa no padrão tacanho da cidadezinha tosca onde elas vivem.
Tosca na fotografia, na direção de arte, no clima, na perfeita direção de Oldroyd.
E o que ele não nos avisa logo de cara é que as coisas não são exatamente como nós torcemos para que sejam.
Como em seu filme anterior, Lady Macbeth, Oldroyd tem uma mulher forte e poderosa no centro de sua história, mesmo que essa mulher ainda não saiba como ela é.
O que acontece com Eileen a partir da chegada de Rebecca é o que todos nós esperamos que aconteça com a gente que vive vidas bestas.
Todo mundo espera que um Rebecca chegue e agite nossa mesmice mas nem todo mundo está pronto pras consequências, especialmente nos filmes de Oldroyd.
Eileen não decepciona, cumpre o que promete mesmo que a gente nem saiba o que o filme promete.
Ah, claro, Rebecca é vivida pela Hathaway mas o que importa de verdade aqui, quem importa de verdade aqui é a Eileen da Thomasin McKenzie.
NOTA: