Se dinheiro eu tivesse, daria todo ano milhões de dólares para o diretor John Carney fazer suas comédias românticas, dramáticas, musicais, lindas e tristes que me fazem chorar.
Desde Once que não paro de chorar, inclusive.
Desta vez o cara nos entrega de bandeja a filha do Bono, Eve Hewson vivendo Flora, uma jovem e doida e maravilhosa mãe solteira em Dublin, criando seu filho adolescente delinquentezinho, tentando superar o ex marido músico que a trocou por uma latina fajuta.
Ao procurar um sentido para a vida, ela resolve ter aulas de violão e encontra um professor online, direto de Los Angeles, Jack, um música frustrado que ao ensiná-la, aprende muito sobre a vida e sobre como escrever músicas boas.
Ah, Jack é vivido pelo Joseph Gordon-Levitt em um de seus melhores papéis, todo através da tela do computador ao dar as aulas e trocar dicas de vida enquanto se apaixona virtualmente.
Mas o diretor Carney mais uma vez não veio para brincar e resolve a distância internética do casal da forma mais lindinha possível.
Sim, eu sou romântico, sim eu me emociono e de novo, sim eu amo como Carney resolve as coisas em seus filmes, primeira através das músicas, sempre o foco central das histórias, mas também surpreendentemente através de roteiros tão bem escritos que deveriam ser mais estudados por diretores e roteiristas que pretendem fazer esse tipo de filme.
Por exemplo, a personagem central, Flora, tem todas as qualidades e defeitos possíveis que uma mulher de sua idade e condição social poderia ter. E o diretor Carney não tem medo de juntar tudo, misturar em uma só personagem e nos entregar a mulher desbocada que não aguenta mais seu filho mas que o defende com unhas e dentes.
E com quem acaba escrevendo músicas, aprendendo a (con)viver e principalmente, com quem descobre ou redescobre o amor.
NOTA: 1/2