Só pra começar com a potência de The Promised Land, olha quem estrela o filme: o muso Mads Mikkelsen, Amanda Collin (de Raised By Wolves) e Kristine Kujath Thorp (de Sick Of Myself).
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The Promised Land é o filme que a Dinamraca enviou para uma vaga ao Oscar 2024 e já está no short list de 15 melhores filmes.
O filme é um dramão histórico, quase uma novelona.
Só não é porque The Promised Land tem uma das histórias mais desgracentas do ano.
O filme é sobre o capitão Ludvig Kahlen (Mads), que no século XVIII, conseguiu autorização do Rei para tentar plantar no pântano de Jutland, uma terra totalmente abandonada, terra de ninguém mesmo, sem um verdinho de esperança.
Mas esse cara, teimoso e pobre, com um pouco dinheiro de seu soldo do exército, sabia que conseguiria alguma coisa se tivesse a ajuda certa, o que pensou que conseguiria do Rei.
Mas lá foi ele sozinho, quando conseguiu uma mãozinha do padre local e de um casal de empregados que fugiram das garras tirânicas do nobre escroto, dono do lugar todo.
Por falar em nobre, o ccapitão só pediu ao Rei que se conseguisse plantar no pântano, queria as terras e um título de nobreza, já que ele veio de uma família bem pobre, filho da cozinheira de um nobre qualquer que era seu pai e nunca o reconheceu.
Eu tinha certeza que o filme seria só mais um desses dramas históricos que a gente sabe muito bem como vai terminar, quem morre, quem apanha e quem bate mas o diretor e roteirista Nikolaj Arcel foi inteligente o suficiente que nos fez sofrer com a luta do capitão ao mesmo tempo que nos entrega uma fotografia primorosa com paisagens infinitas, nuvens desenhadas e campos ermos.
A construção do filme sai fora do óbvio da “jornada do herói”, do cara que sofre e sofre para no fim se dar bem e recria essa possibilidade com muito sangue, muita água fervente e um vilão de pertencer a qualquer lista dos melhores piores do ano.
Com seus olhos azuis penetrantes, o cruel, frio e calculista Frederik De Schinkel (Simon Bennebjerg) faz o que quer na nossa cara e a vontade que eu tive foi de atravessar a tela e socar a fuça do figura.
O capitão é um homem já mais velho, também frio, com a postura de quem viveu a vida no exército, mas parece uma flor de candura ao lado do nobre dono das terras vizinhas que não admite que um pobretão nem ao menos tente prosperar nas terras pantanosas.
Pra quem gosta de um novelão como eu, ainda mais quando é muito bem dirigido, escrito e fotografado, The Promised Land é a melhor opoção da semana.
NOTA: 1/2