Não tinha dado bola para Cat Person quando foi lançado, mesmo tendo passado por Sundance, mas vi o filme numa lista de melhores do ano de uma publicação que eu gosto e resolvi arriscar.
Que presente de final de ano!
Cat Person só não é perfeito tipo #alertafilmão porque o roteiro tem umas barrigadas estranhs que quase atrapalham o filme.
Quase. Porque sua diretora e co-roteirista Susanna Fogel é bem boa e faz direitinho o que deve ser feito para segurar a onde desta pseudo comédia romântica.
Pseudo porque por mais que Fogel tente nos convencer que Cat Person é fofinho, bonitinho, com um casal perfeito se conhecendo e se apaixonando, quanto mais que ela nos entrega isso tudo de bandeja mais ela vai puxando o nosso tapete fazendo seu espectador quase perder o chão.
Quase.
A muito boa Emilia Jones é Margot, estudante universitária que trabalha nas horas vagas vendendo pipoca em um cinema de filmes de arte.
Lá ela conhece Robert (Nicholas Braun de Succession), um cara um pouco mais velho, muito alto, barbudo e com um gosto bem peculiar de doces que compra para assistir os filmes.
Contrariamente ao pedido de sua melhor amiga Taylor, Margot sai com Robert e se anima com o cara mais velho, que sabe um monte mais que ela e vai se deixando levar.
As amigas começam a tentar entender o cara, se ele realmente gosta dela, se ele não é um serial killer nem nada radical assim.
Cat Person é um filme que nos coloca um questionamento bem interessante: uma história vivida por 2 pessoas tem 2 lados e esses 2 lados podem ser diametralmente diferentes, mesmo tudo estando sido vivido ali, no aqui e agora, por essas 2 pessoas que experimentam tudo da mesma forma mas que podem ter opiniões diferentes sobre tudo o que esteja acontecendo.
Cat Person começa como uma possível comédia romântica fofinha e aos poucos vai dando uma virada atrás da outra o que ia me deixando mais e mais tenso, sem saber onde o roteiro iria acabar e olha, que jornada.
Como eu disse, a Margot de Emilia Jones é uma menina de 20 anos que, ao mesmo tempo que parece ser super descolada, espertona, inteligente, vai aos poucos nos mostrando ser só uma menina de 20 anos mesmo. Isso porque nós vemos ela se relacionando com um cara mais velho, tentando de qualquer maneira não parecer a menina que é para não perdê-lo.
Já Robert é o cara que tem todos os sinais possíveis do tal serial killer que ela e sua amiga temem que ele seja.
Quer dizer, todo homem tem todos os sinais de serial killer se quem tem dúvida achar que tudo é sinal.
E é isso o que acontece por aqui: nada deveria ser o que não parece. Muito pelo contrário. Entendeu?
Pra fechar com chave de ouro, o filme tem a participação mais que especial de Isabella Rossellini como professora de jovem Margot.
NOTA: