Mais um dia, mais uma resenha e depois dele como Elvis, mais um filme com o Jacob Elordi.
Saltburn é o novo filme escrito e dirigido pela ótima Emerald Fennell, de Bela Vingança, o filme que me deixou boquiaberto e que levou o Oscar de roteiro, num dos prêmios mais inesperados dos últimos tempos.
Aqui ela conta a história de Oliver Quick (Barry Keoghan), um bolsista em uma escola para milionários na Inglaterra, no início dos anos 2000.
Com jeito de bobo e cara de tadinho, Oliver vai aos poucos se aproximando do muito muito rico Felix Catton (Elordi), comendo pelas beiradas até que por pena depios de dizeer que o pai acabou de morrer e a mãe é junkie que mora na rua, é convidado a passar o verão, sim, meses, em Saltburn do título, o palácio da família do bonitão, um privilégio para poucos.
Lá Oliver é muito bem recebido pelos Catton ( Rosamund Pike, Richard E. Grant, Alison Oliver) e também pela amiga da mãe de Felix, uma doidona vivida pela Carey Mulligan que entra muda e sai calada do filme, persoangem sem a menor necessidade.
O único que fica jogando na cara de Oliver que ele é pobre e que lá não pertence é Farleigh (Archie Madekwe), o primo americano (e negro), criado pela família muito muito rica como um filho e que percebe que alguma coisa está errada.
Oliver Quick foi comparado a muitos e muitos personagens, principalmente ao Ripley de Patricia Highsmith, vivido no cinema mais de uma vez, aquele oportunista pobretão que tenta se passar por milionário mas peca no caimento da manga do smoking alugado.
O Oliver de Saltburn ganha uma dimensão especial porque Barry Keoghan está estupidamente bem no papel, passando de bobo sem graça a um sedutor feioso com os olhos azuis mais bem fotografados do ano.
E não só os olhos de Keoghan são bem fotografados: o filme é lindo demais, graças ao sueco Linus Sandgren que fez muito bem o que deveria ter feito e pronto.
A diretora Fennell constrói um universo bem peculiar em um filme absolutamente sedutor, cheio de closes e slows, cheio de torsos nus e insinuações sexuais e algumas lindas cenas quase explícitas e bem ousadas, o que não deixam o filme afundar de vez.
Sim, afundar porque no final das contas Saltburn é como Oliver, um filme que se vende como super bacana e inteligente e espertão mas no final das contas é o que eu esperava que fosse à medida que o filme vai passando, um truque mal executado que vai deixando migalhas de pão não tão bem escondidas que nos indicam exatamente o caminho que ela pretendeu nos levar.
E quando chega a hora da revelação da casa de doces da bruxa no fim do caminho, a gente encontra exatamente o que já sabíamos que encontraríamos e a surpresa é um zero à esquerda.
E nem me venha colocar um cara pelado dançando de pinto de fora para desvias a atenção que esse truque não funciona não.
Infelizmente.
NOTA: