Juro que eu fiquei muito feliz com o título em português desta comédia de artes marciais inglesa.
Polite Society por aqui se chama Belas e Recatadas, o que não podia ser uma piada ótima sobre as irmãs Ria e Lena.
Filhas de pais paquistaneses, Lena quer ser artista plástica e Ria quer ser dublê de filmes de ação enquanto sobrevivem na escola inglesa em meio às agruras do fim da adolescência com amigas muito íntimas e inimigas muito odiadas, nos extremos tão comuns adolescentes.
Em uma festa da alta sociedade paquistanesa em Londres, Lena é escolhida pela milionária pedante Raheela para ser a esposa de seu filho bunda mole.
Ria, que vem desconfiando desse namoro a jato, descobre a trama diabólica e ardilosa da ricaça e vai fazer de tudo para salvar sua irmã, o que quer dizer sequestrá-la no dia do próprio casamento.
Belas e Recatadas não é apenas uma comédia de ação. É um belo de um indie inteligente, que mostra o quanto um roteiro bem escrito a partir de uma ideia ótima pode se transformar em um filme surpreendente e porque não, chocante.
Ter uma adolescente viciada em artes marciais, que adora lutar, apanha um monte e mesmo assim não desiste de criar seu universo em meio ao dia a dia tenso, é coisa de gente que sabe o que está fazendo.
A diretora e roteirista Nida Manzoor estreia em longas com os 2 pés direitos num filme com cenas de lutas bem filmadas, ritmo de comédia perfeito e um elenco escolhido a dedo sem ninguém em lugar errado em cena.
Belas e Recatadas é um dos filmes mais legais do ano, que poderia muito bem ter caído nas graças de algum distribuidor bem humorado facilmente.
O problema é arrumar esse povo de bom humor que não pense com uma calculadora no lugar do cérebro.
NOTA: 1/2