Venho pensando neste filma há dias e tenho quase certeza, não, tenho certeza que é o filme que mais me destruiu na vida.
Primeiro: eu demorei dias para conseguir assistir por inteiro este documentário sobre os 20 primeiros dias da Rússia invadindo Mariupol, uma grande e importante cidade fronteiriça da Ucrânia para onde correu o jornalista e documentarista Mstyslav Chernov.
Logo de cara ele e muitos outros jornalistas ficaram presos em Mariupol e lá registraram as atrocidades de guerra e é exatamente isso o que assistimos neste documentário.
Nada na minha vida havia me preparado para essas quase 2 horas.
Nem a quantidade estúpida de filme de horror que eu vejo por ano com mortes e monstros e vísceras e sangues.
Nem a outra quantidade besta de filmes que eu chamo de “horror da vida real” onde as histórias são mais reais do que deveriam.
Nem os documentários sobre, por exemplo, a guerra na Síria que eu tanto vi e postei por aqui.
Nada.
20 Dias em Mariupol é pior e melhor que tudo isso.
Diferente de outros documentários super potentes onde os jornalistas e equipes de cinema acompanham os batalhões militares, aqui o diretor e as equipes de jornalistas estão em meio aos civis, o que torna tudo mais cruel ainda.
O incômodo começa com uma senhora perdida nos primeiros minutos sem saber o que fazer porque sua casa foi bombardeada e seu filho está trabalhando e só termina com o final do filme.
Acontece que Chernov nos mostra o que acontece nos hospitais, as crianças morrendo, os pais chorando, os amputados, os desgraçados pelas bombas, os inocentes todos já que a grande maioria, grande mesmo, é de civis.
Por mais que eu, por exemploo, hoje em dia acompanhe a Guerra Hamas X Israel pelo twitter onde os vídeos mais chocantes são postados dioturnamente, o que vemos neste filme é não só uma preleção do que viria a acontecer mas o tétrico resumo do que acontece em toda guerra.
Por mais forte que sejam as imagens, o roteiro, a narração quase sussurrada, 20 Dias em Mariupol é um filme obrigatório porque se você não se acabar de chorar, de se emocionar com o que está assistindo, sinto muito mas você está mortinho por dentro.
E o Oscar vem.
NOTA: