Com toda a possibilidade de eu me sentir achincalhado, eu declaro: que filminho meia boca esse Rustin.
Quer dizer, o filme não é ruim, é bem feito, bem dirigido.
Só achei meia boca a história contada do personagem principal, o “produtor” da marcha pela liberdade de 1963 em Washington.
Bayard Rustin era um amigo muito próximo de Martin Luther King Jr, de quem se afastou depois de um desentendimento feio.
Rustin passou a “agir” à margem do movimento negro e mesmo assim foi um nome importante da marcha em si.
Acontece que o filme, apesar de ser bem competente, vai por um caminho de exageros que me incomodou muito, fazendo com que Rustin soasse totalmente forçado para mim, o que eu tenho certeza que não foi assim que esse homem incrível viveu.
A explicação para o fato dele não ter dentes do lado direto superior da boca, algo que poderia ser um ponto de virada do personagem, principalmente por ter sido a primeira oportunidade de discussão de Rustin ser gay numa época de preconceitos extremos, foi relegada a uma cena rápida e nada emocionante.
Apesar de todos esses pesares, vale a pena assistir Rustin na Netflix, principalmente pela atuação (exagerada, mas por culpa da direção com certeza) do ótimo Colman Domingo, por quem torço para que pelo menos tenha mais visibilidade depois deste filme.
NOTA: