Comecei assistir Satanic Hispanics com a maior das esperanças já que é uma antologia de horror dirigida por 5 bons nomes do cinema de horror latino: Eduardo Sánchez, Mike Mendez, Alejandro Brugués, Demián Rugna e Gigi Saul Guerrero.
O filme começa bem, com a polícia chegando a uma casa onde encontra um bando de latinos mortos e só um vivo, o Viajante, que eles levam para interrogatório e ele tenta convencê-los que ele é um homem que sabe mais do que todo mundo, que onde eles vivem é um lugar cheio de “coisas ruins” e ele vai contando histórias para convencer os policiais disso tudo.
A primeira delas é sobre um nerdola do cubo mágico que com um jogo de luz de sua lanterna do celular, ele consegue acessar um portal para outro mundo, meio que dos mortos. A ideia é boa, meio que requentada de The OA, já que tem até meio que dancinha mas eu fiquei com um medinho quando os fantasmas começaram a aparecer. Mas bravo ao diretor argentino preferido nosso Demián Rugna que fez o único dos filmes da antologia sem piadinha nenhuma.
E sim, eu CAGO de medo de fantasma e espíritos e essa parada toda.
Depois o Viajante conta a história de um informante latino da CIA que é capturado por uns homens animalescos, servos de uma feiticeira bem natureba malucona e a tentativa de um folk horror, de horror caipira aqui fica só na tentativa mesmo.
Enquanto conta as histórias, o tal Viajante fica tentando ser liberado pelos policiais que o interrogam e ele continua com uma história de vampiro bem engraçadona, com um pouco de slash mas que acaba sendo besta demais pra pouco sangue e pouca cabeça decepada.
A última história talvez seja a mais americanizada de todas, meio que também referecial demais a Destino Final. Até aí tudo bem mas o que acaba baixando a bola é uma historinha no meio onde o cara que luta com a “morte”, acaba indo parar numa loja esotérica e lá ouve a história mais bizarra e engraçada e gay e radical de como matar a morte ou o demônio ou o capeta, o que for, com um “amuleto” long dong do caralho.
O que poderia ser engraçado e tal, se estivesse em outra parte do filme, aqui acaba estragando um pouco demais o clima do episódio da luta por sobrevivência.
No final das contas, as histórias ajudam o Viajante a provar seu ponto que finalmente explica que está sendo perseguido por um doidão, San La Muerte, que na verdade é a tão temida e adorada Santa Muerte, a santa dos narcos mexicanos.
Satanic Hispanics pra mim seria maravilhoso se não tivesse o humor tão presente em todos os episódios. A gente não ria o suficiente e não se assusta o suficiente, fora os fantasmas do episódio 1.
O filme é cheio de ideias que ou não se desenvolvem apropriadamente, ou se mostram rasas demais para tal e os “curtas” acabam sendo repetitivos demais.
No final das contas, o que poderia ser incrível é só divertido, oque já tá ótimo, com uma direção de arte bem boa, um time de maquiagem e efeitos especiais incrível e com a piada mais de mal gosto gay do ano.
NOTA: