Sim, minha gente, os prognósticos são reais: o argentino Cuando Acecha La Maldad, lançado pela Shudder como When Evil Lurks (em português Quando O Mal Espreita) é sim o filme de horror de 2023.
Dirigido pelo nosso preferido Demián Rugna (do meu também preferido Aterrorizados), o horror caipira é uma porrada no meio da cara com nariz quebrado do início ao fim.
Com o melhor início e o melhor final de horror do ano.
E mais não conto.
Mentira.
O mal do título é um demônio que apareceu numa cidade “no cú do mundo”, como diz um dos policiais de lá, numa época onde as igrejas todas faliram e o povo não tem mais a quem recorrer nesses casos.
O que eles tem agora são regras do que fazer e do que não fazer quando esses demônios aparecem e, claro, essas regras nem sempre são seguidas e aí, minha gente, a crueldade do diretor Rugna reina e corre solta.
Se eu já tinha achado Aterrorizados uma aula de como fazer horror latino, este novo filme do mal que espreita é uma mistura de tradição com olhar novo que resulta num filme não só surpreendente mas que também pega nas tripas.
Assisti o filme tarde da noite sozinho em casa e só digo que depois tive que acender luzes, ligar música e ficar brincando com o Donnie Darko Liporoni até cansar e capotar sem pensar no que tinha visto.
O mal do filme argentino é materializado da pior (melhor?) forma possível e as consequências são horrorosas e podres e nojentas.
Nesse cu do mundo, 2 irmãos ouvem tiros perto de sua casa e quando vão ver de onde vieram, encontram meio corpo, só da cintura pra baixo.
Logo eles descobrem que na casa da vizinha, que nem é tão vizinha assim, seu filho mais velho está “possuído” há anos.
Ao invés deles seguirem as regras, com a ajuda do outro vizinho rico eles levam o corpo putrefato vivo do filho possuído de carro para algum lugar longe só que eles o perdem pelo caminho.
Sabe a frase “jogaram merda no ventilador”? É exatamente o que acontece só que a merda é o pior demônio possível que está vagando pela região que ao invés de ter sido contido como deveria, foi liberado “pra galera”.
O universo criado neste filme é dos mais inventivos do ano: o fim das religiões, as regras a serem seguidas, o tipo de demônio que caminha sobre a Terra e principalmente o que esses demônios fazem com suas “vítimas”, eu nunca tinha visto em filme nenhum da forma que Demián Rugna nos conta.
Sim, escrevi muito demônio e sim usei muitas aspas porque foram necessárias e ainda volto com aquela historinha de não contar demais sobre filmes de horror por causa de spoilers e este filme em especial, como disse lá em cima, a baixaria começa já no comecinho, não dá nem tempo da gente se aclimatar, é queixo caído atrás de PQP! atrás de “não é possível”, com requintes de crueldade, frieza e o melhor, tudo isso envelopado com muita inteligência cinematográfica.
NOTA: