Quando eu penso em Simon Baker eu lembro dele de O Mentalista, série meio porcaria que eu vi uns episódios e parei depois de rir muito onde não deveria.
Daí você assiste uma pérola indie australiana como Limbo, estrelada por um Simon Baker quase irreconhecível e pensa: nada como o filme perfeito com o papel perfeito para o ator perfeito.
Limbo não é uma obra prima mas é um filme ótimo que se não for visto na Mostra de São Paulo pode passar desapercebido e já era.
O filme conta a história de um detetive meio estranho que vai ao interiorzão australiano, no meio do nada do nada do nada, com a curiosidade de um caso encerrado sem solução ocorrido décadas atrás onde uma aborígene foi assassinada.
Sem muito esforço, ele vai descobrindo uma intrincada cadeia de eventos que ocorrem desde sempre nesse interiorzão onde os povos originários sempre acabam levando a pior, de uma forma ou de outra.
Com um roteiro nada convencional, o diretor Ivan Sen nos entregue uma pérola em preto e branco, que ele também fotografou e escreveu, nos mostrando um olhar bem peculiar a respeito de seu país.
Limbo é diferente de tudo o que já vimos vindo da Austrália e um recado para cinematografias periféricas.
O não óbvio chama a atenção de outra forma. O deserto australiano sem cor é tão lindo quanto o coloridão, e diferente do que vemos o tempo todo.
Pensei muito no meu preferido Sertânia e não só pelo tom fotogrráfico mas muito pela não obviedade do roteiro, da ousadia e das surpresas ao longo do filme.
NOTA: