Olha lá, olha lá freguesia, mais um filme ótimo que poderia passar despercebido em meio ao lixo hollywoodiano que te enfiam goela abaixo.
Escrito por Lukas Gage, astro e grande surpresa de Euphoria e The White Lotus, Dowm Low é a comédia gay mais bizarra e mais bacana dos últimos anos.
O filme conta a história de um ricaço divorciado porque se assumiu gay finalmente (Zachary Quinto) e não quer falar com a ex nem seus filhos de vergonha.
Um dia em casa ele abre seu coração, e suas pernas, para o massagista barra michê e diz que além disso tudo ele nunca transou com um homem.
Assim sendo a bicha faz o que a bicha deveria: baixa um app de sexo, chama o cara que está mais perto (não tenho tipo, tenho pressa) que se mostra um escroto e que oops, num descuido, morre.
Sim, o que era para ser uma comédia de sexo, uma mistura de Uma Linda Mulher com, sei lá, algum filme bizarro do leste europeu, acaba sendo a comédia mais doida e mais gay de todas.
O (não) casal começa a cagada não ligando para a polícia e resolvendo se livrar do cadáver ao que é interrompido pela visita inesperada da vizinha ricaça doida de pílulas (Judith Light)que não entende exatamente o que está acontecendo na casa do recém gay divorciado e fica perdida em meio a um roteiro e um texto preciso no timing das piadas.
A vizinha só atrapalha e eles ainda precisam se livrar do cadáver e o que fazem? Enterram no quintal?
Não, procuram na deep web alguém que se vende como “livrador de cadáveres” (digo isso para não dar spoilers) e eles recebem a visita de um doidão, óbvio, vivido pelo ótimo Simon Rex.
O diretor Rightor Doyle foi sensível e esperto o suficiente para não querer estragar o roteiro bem escrito e SÓ o transformou num filme rápido, esperto, com a história bem contada e bem realizada.
Os detalhes dos 4 personagens do filme vão aparecendo aos poucos e a gente vai o tempo todo se afeiçoando por esse bando de perdidos (e engraçados) mais e mais. O que poderia ser um tiro n’àgua acaba virando um filme super “alto astral”, apesar de todos os pesares.
E olha que os pesares são muitos, com temas bem pesados e delicados que poderiam ter levado Down Low para um lado sombrio e talvez até podrão.
Sorte a nossa que não.
NOTA: