Rotting In The Sun é o draminha existencial barra comédia barra suspense barra gay filme queridinho do ano.
Mas pelos motivos errados.
O povo não para de falar do filme do diretor Sebastián Silva porque é provavelmente o filme onde mais aparecem pênis(es) na história do cinema.
E as bichas amam, e só falam nisso, nas cenas de sexo explícito.
E também não param de falar na cena que o cachorro fofo Chima presta uma homenagem a Divine e come “cocô de gente”.
Ou não param de falar na quantidade de droga usada no filme, de cocaína a ketamina, passando por poppers, bala, ácido e qualquer outra coisa que os personagens conseguem cheirar ou fumar ou beber durante o sexo, porque, né, é 2023 e a gente tem que falar de “chem sex”, do sexo químico, regado a químicos.
Aí a gente já dorme, né, porque fazer um filme pra checar todos os quadradinhos relevantes, só aqui no Brasil a gente tem um monte de “diretor” fazendo isso.
Por essas e por outras é que depois de muitos dias que eu vi o filme ainda não sabia se eu amei ou odiei o filme sobre um diretor de cinema, vivido pelo próprio diretor, que topa fazer um filme com um influenciador digital, vivido pelo influenciador digital Jordan Firstman, no meio de muito sexo e um procura o outro até que o diretor some de vez e o “celebridade” fica doido atrás do cara.
Ou melhor, fica doido e tabém procura o diretor enquanto fica doido de novo.
A conclusão que eu cheguei e que era meio óbvia pra mim é que Rotting In The Sun não é tão bacana assim se a gente tira toda essa necessidade de “contar a nossa história mesmo que ela não sirva pra nada porque o que acontece no filme independe dessa papagaiada toda”.
Rotting In The Sun seria um filme 5 claquetes se a personagem Vero, a faxineira do diretor que some, tivesse sido mais explorada ainda, porque ela é vivida por uma atriz chilena monstra chamada Catarina Saavedra que nnao só rouba o filme mas também me fez querer que ela tivesse jogado na privada todas as drogas que fosse encontrando pelo caminho.
Você acha que Rotting In The Sun é um draminha pornô engraçadinho, divertido, com toques existencialistas, niilistas, porque estamos em 2023 mas de repente o filme acaba virando uma procura desenfreada ao diretor sumido.
Só que a virada parou no meio do caminho.
O filme poderia ter se tornado um policial do mal desgraçado, ótimo pra espectador ansioso, que sabe que vai dar ruim mas insiste em ficar até o final para assistir de camarote.
Quase.
Eu curti o filme, não achei uma porcaria mas também está longe desse hype todo.
O povo tem que ficar menos excitado com uns pintos que aparecem na tela, gente. Calma.
NOTA: