Se você é da turma que ama A Pequena Miss Sunshine, vai com certeza amar este filme.
Jules é a nova fofura de Marc Turtletaub, que dirigiu o filme da kombi amarela e agora fez um filme sobre demência senil.
E o filme é fofo. Lindinho. Delicado. Como deveria ser mesmo.
O filme conta a história de Milton (Ben Kingsley), um homem dos seus 80 e tantos anos que ainda mora sozinho e tem preocupado muito a filha por suas atitudes recentes bem irregulares.
Eu tenho pais idosos e os geriatras sempre me dizem: você tem que se preocupar de verdade quando um deles, por exemplo, guardar a chave de casa dentro do freezer. Ou o pijama no microondas.
Milton está nesta fase.
E ele se repete, se esquece, se perde.
E as pessoas, apesar de se preocuparem com ele, acreditam que ele ainda esteja bem.
Um dia Milton ouve o maior barulhão no seu quintal e ao chegar lá vê que um disco voador caiu na sua plantação de florzinhas e que o et está largado em um cano passando frio.
A partir daí Milton não só acolhe o et (prateado, claro) como conta para sua melhor amiga Sandy (Harriet Sansom Harris) que o ajuda, é discreta, o que é ótimo não só pro Milton como também pro Jules, o et.
Mas Joyce (Jane Curtin), a outra amiga deles, desconfiada de que estão escondendo alguma coisa dela, aparece de sopetão na casa de Milton, vê o ser prateado e resolve ela mesma tomar as rédeas da situação.
Jules é um filme sobre demência, claramente, mas é também um filme sobre amizade e sobre como a gente pode redescobrir detalhes de nossas vidas através de situações adversas.
E olha que nem precisa um disco voador cair no seu quintal.
Turtletaub é um mestre em amolecer corações e aqui ele consegue de novo.
NOTA: