Eu lembro que 20 anos atrás, mais ou menos, eu lia notícias sobre a máfia elegendo presidente na Itália e outras atrocidades políticas onde a extrema direita ressurgia das trevas no hemisfério norte e pensava comigo: como assim o povo vota nesses bandidos sabendo de onde eles vieram, onde estavam escondidos e principalmente os porquês de estarem conhecidos.
Infelizmente 4 anos atrás nós aqui passamos pelo mesmo com a escória neo fascista no poder, surgindo das piores trevas obscurantistas mesmo que o povo conheça o mínimo de história, o que fizeram na ditadura e o que pregam (ainda pregam) e eu me lembrava do que pensava décadas atrás e de como a ignorância ou pior, a falta de vergonha na cara pode acabar com tudo.
Tudo mesmo.
Este drama histórico austríaco conta uma história que se passa em 1962, 17 anos depois do final da II Guerra Mundial, onde o mundo começava a tomar conhecimento (finalmente) das atrocidades dos campos de concentração, por exemplo.
Lá na Áustria, como vemos no filme, muitos e muitos oficiais nazistas (e também civis que seguiam a cartilha hitleriana) viviam escondidos, com identidades adulteradas, se tornaram prefeitos, policiais, comerciantes, diretores de escola infantil, como o comandante de um campo de concentração que atou a família inteira do judeu Victor e só deixou seu pai vivo para contar a história.
Acontece que Victor e seus amigos da resistência, que ainda vivem meio que em guetos, acuados pelos agora neo-nazis, descobrem que o oficial é o diretor da escola e tentam condená-lo.
Falhando miseravelmente, já que a tal da justiça da época também promulgava o mantra direitista, Victor, com a ajuda de pessoas como o grande caçador de nazistas Simon Wiesenthal, faz de tudo para que justiça seja feita.
Tudo mesmo.
Schachten, dirigido pelo ótimo Thomas Roth usa do cinema de ação mas principalmente do drama histórico para mostrar que erra difícil lá atrás, de novo, quando todo mundo já sabia o que tinha acontecido mas a máquina de propaganda era grande o suficiente para tentar maquiar a história.
Bem escrito e bem filmado, Schachten ainda nos dá uma aula de como foi décadas atrás e de como nunca é demais lembrar, mesmo que através de um filme.
NOTA: