Vamos começar do começo: eu sou cadelinha do Stephen Frears.
Qualquer coisa que ele faça eu tô lá assistindo e aplaudindo e ficando feliz.
Em seu novo filme, Frears teve a sorte de (provavelmente) ter sido convidado por outro de meus ídolos, o atorzaço inglês Steve Coogan que é o roteirista e produtor desta belezura que é The Lost King.
Pra fechar com chave de ouro eles chamaram Sally Hawkins, uma das maiores atrizes inglesas em atividade, para viver Philipa Langley, uma mulher que nos seus 40 e poucos anos de idade, desencantada da vida com um emprego que não ia pra frente, com um marido péssimo, achou uma nova paixão no Rei Ricardo III, o rei “corcunda”, o “usurpador”, o “matador de sobrinhos” e muitos outros adjetivos péssimos que sempre foram refutados por alguns historiadores e pelos Ricardianos, uns “fãs” do rei maldito que pra piorar a história, morto em batalha, teve seu corpo jogado em um rio e nem túmulo ele tem.
Mas lá no comecinho dos anos 1990, Philipa se joga de cabeça numa pesquisa sobre a realidade real, seguindo todas as “dicas” de todas as teorias de conspirações possíveis, consegue levantar um dinheiro parte público e parte de doações privadas ricardianas e acaba encontrando o corpo de Ricardo III e consegue não só que ele seja enterrada onde deveria ter sido como o Rei que foi mas consegue também provar erradas algumas das ilações a seu respeito.
Sim, o filme é esse e é baseado em história real e isso não é spoiler e claro que não iam fazer um filme se ela não encontrasse o Rei.
Mas o que realmente interessa aqui, maior que o roteiro e que a direção, é Sally Hawkins, como a, em princípio, frágil e desesperado Philipa até se mostrar a mulher forte e dedicada e poderosa que sempre foi.
E que se não fosse por ela, a história da realeza britânica não teria dado uma volta de 180 graus, para a nossa sorte.
NOTA: 1/2