Finalmente consegui assistir um dos “filmes sensação” do Fantasia Festival 2023 e gente, eu não estava preparado pra isso.
Eu sempre fico feliz em saber que tem mesmo um povo bem doido das ideias pelo cinema mundo afora. E mais feliz ainda em saber que tem gente que dá dinheiro pra esse povo filmar.
A diretora Laura Moss é uma dessas.
Sua estreia absurda, quer dizer, seu filme de estreia é bem doido das ideias, daqueles que me deixam sem chão por alguns instantes em momentos cruciais.
Se liga: Rose é uma técnica de um necrotério bem seca, fechadona, mandona e que tem um projeto de vida bem, digamos, peculiar e que depois de testes e mais testes durante anos, ela consegue realizá-lo.
Claro que esses testes, esse projeto, esses anos e mais anos, tudo isso é às escondidas, não preciso nem falar, certo?
Um dia Rose consegue ressuscitar Lila, uma criança de seus 10 anos de idade que acabou de morrer de meningite, filha de Celie, uma enfermeira que trabalha no mesmo hospital.
Ninguém sabe disso, claro, nem Celie, que só descobre porque o corpo de sua filha sumiu do necrotério, como lhe informaram, e ela vai atrás de Rose para saber onde vai parar o cadáver da filha, já que ninguém nunca faz o serviço direito.
Celie acaba encontrando a casa de Rose e lá dentro vê sua Lile deitada em uma cama, em uma espécie de coma, ligada a aparelhos MAS NÃO MORTA!
Ao invés de Celie pirar, ela quer saber de Rose o que precisa fazer para sua filha voltar à vida totalmente.
Rose conta sua história, diz de suas pesquisas e mostra a Celie um porco que ela tem em casa, outro ressuscitado que vive à base de… alimento de outras porcas grávidas.
Agora elas já sabem o que fazer e como ambas trabalham no hospital, as coisas podem até que ser fáceis.
Elas só precisam conseguir mulheres grávidas e delas tirar o líquido de seus úteros.
Punk. Eu sei.
E o filme vai ficando cada vez mais punk à medida que as coisas vão ou ficando fora de controle ou ficando muito em controle.
Entende?
O roteiro de Birth/Rebrith é muito bem escrito a partir dessa ideia doidona mas a diretora Laura Moss teve a felicidade de ter uma dupla de atrizes absolutamente maravilhosas nos papéis dessas 2 mulheres… doidas? Desesperadas? Ousadas? Desgraçadas?
Judy Reyes, uma de minhas coadjuvantes preferidas do cinema e da tv dos EUA é Celie, a mãe esperançosa que vai entrando na pilha da médica, tudo para (re)ver a filha viva.
Marin Ireland é conhecida como uma grande dama do teatro americano e vem aparecendo cada vez mais em filmes impactantes como The Dark and the Wicked, que eu amo tanto, muito por causa dela.
As 2 atrizes se entregam a suas personagens e suas descidas a uma espiral de loucura a caminho de um inferno na Terra que nem cenobita seria capaz de prever porque eu não contei da missa um terço.
Adivinha: #alertafilmão.
NOTA: 1/2