Atenção, atenção, filme de viagem no tempo low tech, cheio de teorias que fazem sentido e uma história desgraçada: 10, 10, 10s across the board.
Aporia é o “seer ou não ser”, é a dúvida em relação ao que se vai fazer ou falar, alguns dizem que a dúvida mais profunda.
Neste caso, Sophie (a maravilhosa Judy Greer) pensou e repensou e passou por esse momento de incerteza da vida quando soube que seu marido recentemente vítima de um caso de acidente de carro fatal, vinha construindo uma máquina do tempo com seu melhor amigo.
E que a máquina funcionava.
Cansada e desesperada, não só por ela mas também por sua filha que não aceita a morte do pai, Sophie decide usar tal máquina e volta 8 meses no tempo, antes da tragédia.
Só que ela volta com a consciência dos últimos 8 meses. E sofre muito por isso.
Quando ela conta para o marido, agora vivo de novo, que a realidade foi outra e que eles precisam fazer alguma coisa para que o futuro não se repita, ele, ela e o amigo físico começam a pirar de tal forma que eles perdem o controle de quase tudo.
E isso é a coisa mais legal do roteiro escrito e dirigido por Jared Moshe: a realidade existe a partir dos olhos do observador.
Sabe o gato do Schrodinger, aquela teoria que o gato dentro da caixa só está vivo quando se abre a caixa e vê que o bicha tá lá dentro?
É meio o que acontece no filme, porque é nisso que acredita o trio, na realidade quântica, nas possibilidades a partir das viagens no tempo e de como se deve lidar com tudo o que (não) (ou sim) acontece quando se volta para tentar consertar alguma coisa que “se quebrou” em uma dessas viagens.
Aporia é o filme bom demais, com um trio principal incrível e que vai dar um detonada das melhores no seu cérebro.
Todo o clima de baixa tecnologia do filme, apesar da extrema complexidade do experimento todo de dobrar o tempo, deixa o filme mais despretensioso ainda e mais potente em relação a surpresas.
Eu confesso que ao final do filme eu estava exausto e bem perdido, não sabendo se a experiência tinha tido uma sutil viagem no tempo quântico também.
Tomara que sim.
NOTA: