Sinto informá-los mas a humanidade foi criada pra ser comida de vampiro.
Isso segundo essa porrada no estômago que é o russo Empire V.
Quer dizer, ex-russo porque o fofo do Putin, através de seu Ministério da Cultura, renegou o filme como sendo russo e proibiu o filme do diretor Victor Ginzburg de ser exibido naquele país.
Assim sendo, Empire V é um filme apátrida, por enquanto. Ele teria estreado por lá no final do ano passado mas por causa da treta toda, estreou essa semana no Fantasia Festival e claro, eu vi!
E adorei o arroubo pós barroco do filme de vampiro mais bizarro dos últimos tempos, que conta a história de como desde sempre nossos amigos sugadores de sangue mandam na porra toda e hoje em dia nos controlam através de governos ditatoriais (oi Putin).
E tem outra: hoje em dia os vampiros não mordem mais os incautos pescocinhos para tomar sangue. Ao invés disso eles tomam uma nova bebida feita a base de dinheiro que entra em desuso, destilado e transformado no néctar para os deuses alados.
Ideia doida? Sim, mas a explicação doida é melhor ainda.
O poder vital que existia no sangue hoje é gasto pela humanidade em trabalho infindo em busca de dinheiro. Daí esse poder vital vai direto do dinheiro pra goela dos vampiros que não precisam mais se sujar.
Empire V é baseado num já clássico da fantasia russa escrito por Victor Pelevin, autor também de Genration P, adaptado pra telona também pelo diretor Ginzburg, que é um conhecido do público da Mostra de Cinema de SP por seu documentário de estreia Restless Garden, sobre a liberação sexual na abertura da União Soviética.
Empire V, que eu achava que era de Vampiros, tem na verdade outra explicação bem boa no filme e se a gente sente falta de sangue neste filme, o que não faltam são sequências de delírios quase psicodélicos, de ideias geniais, de personagens absurdos, como a rainha Ishtar, a dona do mundo todo e o vampiro “do mal” Mithra, vivido pelo rapper russo Oxxxymiron, que também está em A Esposa de Tchaikovsky.
Filmaço. Doidão. Espero que esteja disponível logo.
NOTA: