Restore Point 2038
Eu estava com saudade de assistir uma ficção científica grande assim, com dinheiro pra criar uma realidade tão interessante que é a República Tcheca em 2038, cenário de Restore Point.
O título pode ser grosseiramente traduzido para Ponto de Restauração que é o tempo exato de trazer uma pessoa morta de volta à vida, já que nesse futuro nem tudo são flores e a violência, claro, escalou para níveis absurdos.
Então criaram essa tecnologia para ressuscitar pessoas que morreram “não naturalmente”.
Apesar do absurdo, a ideia é bem vinda, já que acidentes acontecem e as famílias não precisam mais ficar totalmente devastadas.
Obviamente que a ideia é desviada de sua função original e um povo mais “doidinho” se aproveita e por exemplo, um dos novos jogos mais populares é a roleta russa, já que se você der um tiro na cabeça é só chamar os restauradores.
Mas o filme mostra a luta de uma policial que acabou de perder o marido e não conseguiu trazê-lo de volta com um caso estranho onde um casal morre e a empresa restauradora, vou chamar assim, não consegue trazer nenhum dos 2 de volta, o que é estranho porque o homem é o médico/cientista responsável pela técnica revolucionária.
Mas quando todos pensavam que ele tinha morrido, ele aparece para a policial e a ajuda nas investigações sobre o homem que o matou com sua esposa.
Emma, a policia, é muito boa e em paralelo ao que ela descobre dentro da “delegacia”, sua investigação paralela, com a ajuda não muito bem vinda e por vezes descuidada do médico, as coisas vão ficando mais e mais estranhas.
Essas coisas estranhas aparecem graças a um roteiro incrível e uma direção que beira a perfeição de Robert Hloz, que aqui estreia por trás das câmeras.
Hloz é cuidadoso e esperto o suficiente para criar personagens não só multi facetados mas com histórias interessantes a ponto de nos deixar querendo saber mais.
E uma coisa legal é que a tal tecnologia de restauro do filme vem junto com um aparelho onde você tem que fazer seus “auto restauro” a cada 48 horas porque se algo lhe acontece, sua memória vem daquele aparelhinho, para que nada seja perdido na ressurreição.
E aí está um dos “truques” dos vilões (ops) que é editar memórias, apagando acontecimentos que seriam perigosos no caso de restauração.
Restore Point é lindo, cheio de referências a clássicos de ficção científica; obviamente que Blade Runner é quase que uma bússola para o filme, o que já por si só faz do filme merecedor de todos os méritos.
Sim, assisti no #FantasiaFest.
NOTA: 1/2