Brooklyn 45 é um filme de fantasma como há muito eu não via.
Dos bons mesmo.
Um grupinho de ótimos amigos, todos militares, são chamados por um deles para um encontro sossegado em casa, o primeiro desde que a esposa deste morreu.
O título do filme é porque a casa do comandante Hock fica para aqueles lados de Nova York e a história se passa no Natal de 1945, logo após o final da 2a Guerra.
Para lá vão os oficiais Marla, Archie, Paul DiFranco e Bob, o marido de Marla que é um executivo do Pentágono mas que não é levado a sério porque, diferentemente dos 4 amigos, não lutou na Guerra.
Logo eles descobrem que o motivo do convite não era só pra confraternizarem, era para que eles ajudassem o viúvo Hock a entrar em contato com sua esposa falecida em uma sessão em volta de uma mesa redonda.
Que dá meio que certo.
E o shit show começa ali em um filme extremamente bem escrito e bem dirigido pelo ótimo Ted Geoghegan.
Em princípio eu achei que Brooklyn 45 fosse cair em um buraco sem fundo de um filme que pareceria teatro filmado.
Mas não.
A beleza do filme está na esperteza toda da história muito bem amarradinha que além de tudo vai nos entregando algumas surpresas bem inesperadas.
O que me deixou muito, mas muito impressionado no filme foi Anne Ramsay como Marla Sheridan, a melhor amiga de Hock e quem tenta entender o que o viúvo está tentando lhes explicar sobre o suicídio de sua esposa no desespero de tentar convencer todo mundo que sua vizinha alemã é uma espiã nazista.
A informação do suicídio é muito importante para o quanto de merda vai dar quando a mesa redonda se mostra eficiente em chamar os espíritos do além.
No plural.
A única coisa que me incomodou no filme foi a direção de fotografia, branca demais para um filme desses, mas que por outro lado faz com que a direção de arte moderninha seja bastante visível.
Brooklyn 45 não é filme de pular de medo, mas é filme de dar uns arrepios em momentos decisivos para fazer o espectador perceber como o diretor Ted Geoghegan gosta de brincar com quem embarca nessa sua história do mal.
NOTA: 1/2