A Garota Artificial (The Artifice Girl) é um dos filmes mais legais que assisti ultimamente.
Ficção científica de baixo (ou quase nenhum) orçamento.
E o melhor, ficção científica como deve ser, daquelas que servem pra gente ter um gostinho do futuro, pra experimentar possibilidades.
Gareth (o roteirista, editor, diretor e estrela do filme Franklin Ritch) um dia é chamado pela polícia para prestar depoimento sobre ele ter tantas informações de pedófilos que ele passa pra polícia, todas elas vindas de Cherry, uma adolescente extremamente inteligente que acaba meio que funcionando como “isca” para esses bandidos.
A polícia quer saber exatamente quem é Cherry, onde ela mora, quem são seus pais e principalmente como Gareth tem esse “contato”, como os pais da menina deixam ela passar por isso tudo.
Claro que ela é uma heroína porque depois mais e mais pedófilos vem sendo presos por causa dela.
Mas ela é uma criança e acredite se quiser, pelo menos neste filme, a polícia está preocupada com seu bem estar.
Depois de muito tempo, dentro de uma sala fechada onde Gareth é interrogado pepla policial durona e seu companheiro mais bonzinho (good cop, bad cop, sempre funciona), ele diz que o que ele vai contar é extremamente confidencial e que não pode sair dali de dentro, nem como informação contida nos depoimentos, nem nos autos, nada: Cherry é uma pessoa criada por Inteligência Artificial.
E ela é tão real porque Gareth é fodão.
Eu achei que saber disso, que a criança é uma IA, o filme perderia a graça mas esse é o início do que vem de bom em A Garota Artificial.
Franklin Ritch, o Garreth, é um geniozinho do indie.
O roteiro deste filme é absolutamente perfeito nos levando a uma direção nunca antes vista e totalmente possível de se acontecer, num futuro onde a ficção científica não se desvie pro mal, claro.
Por enquanto este é o filme que mais fez bem uso da ideia de IA em um roteiro, sem obviedades mas sim com muita surpresa.
O único ponto de crítica é na verdade um dos pontos mais interessantes do filme: a falta de dinheiro deixa tudo muito “normal” demais. O que não é de todo ruim, mas fiquei querendo um pouquinho de nada de alguma coisa que me tirasse o chão.
NOTA: 1/2