My Sailor, My Love é um draminha irlandês muito do bonzinho.
É a história de Howard, um marinheiro aposentado, que mora sozinho em uma casa que parece que não é limpa desde os anos 1930.
E de sua filha Grace, que tem uma relação péssima com o pai e quem ao invés de tentar ajudá-lo quer colocá-lo em um lar de idosos e vender a casa.
Na verdade a gente não sabe exatamente aconteceu com pai e filha para a relação entre ambos ser tão ruim e isso é o que me incomoda no filme.
Grace acaba contratando Annie, uma quase vizinha do pai, para arrumar a casa, preparar comida, tentar ajeitar o dia a dia do pai.
Relutante no início, Howard vai se afeiçoando e se aproximando cada vez mais de Annie, para surpresa de todos.
Essa aproximação é tão boa, resulta em um filme tão fofo que eu a gente até esquece que tem a filha chata do marinheiro, vivendo um casamento chato com um cara também chato.
Casal, inclusive, que eu até tiraria do filme, porque no final das contas ela não faz a menor diferença na história de Howard e Annie, além de ser uma sombra de possível coisa ruim.
Eu entendo muito as resoluções climáticas do diretor Klaus Härö em seu roteiro mas ainda acho que alguém com voz ativa e um pouco de distanciamento teria mudado muito do que vemos em My Sailor, My Love.
Essa visão crítica “de fora” é um dos grandes problemas em filmes e séries e qualquer tipo de obra de arte.
De vez em quando (quase sempre) o autor fica tão ensimesmado que se perde no seu universo.
No caso deste filme, uma decisão acertada o transportaria a outro nível de apreciação e de condução de roteiro e de personagens.
Mas o filme não é ruim, que fique bem claro.
Só não é um filme inesquecível, como poderia ser.
Ou deveria ter sido.
NOTA: 1/2