Um amigo assistiu Os Cinco Diabos em Cannes ano passado e me falou: se prepara, você vai amar esse filme.
Pelo trailer eu não pude imaginar o quanto eu gostei mesmo dessa doideira francesa dirigida pela ótima Léa Mysius.
Estrelado pela musa das musas Adèle Exarchopoulos, ela vive Joanne, uma professora de natação de uma cidadezinha qualquer que vive com o marido quase insignificante e com sua filha maravilhosa que tem um dom bem peculiar: seu olfato é extremamente apurado.
Apurado a ponto dela conseguir decupar, dividir os cheiros das coisas, por exemplo saber que uma bolinha foi uma castanha que foi comida por um rato do mato.
Aos poucos a gente vai descobrindo que o poder de Vicky é maior ainda: ela consegue viajar no tempo a partir de cheiros que ela mesma produz.
As vidas da mãe e de sua filha poderosa mudam quando a tia Julia, irmã do marido banana, pede pra passar um tempo na casa da família.
Joanne não quer a cunhada por perto mas lá vai ela e se instala.
A menina Vicky já vai procurar pelos cheiros da tia e as viagens astrais começam.
Ela percebe que alguma coisa está errada e quanto mais volta ao passado, mais Vicky se afasta da tia.
Enquanto o filme da diretora Mysius vai se desenvolvendo a gente vai percebendo que nada é o que a gente esperava. Ou mesmo previa.
Os Cinco Diabos é um drama familiar, um suspense de horror, uma fantasia de ficção científica e muito mais.
Ou melhor, muito menos, porque é tudo isso mas no low-fi, sem efeitos especiais, sem mirabolâncias pirotécnicas.
A vibe do poder de Vicky é de bruxa, de poções mágicas que produzem cheiros poderosos que fazem com que a menina crie uma forma de viajar por universos paralelos, quem sabe até um multi verso low fi.
As surpresas de Os Cinco Diabos aparecem à medida que Vicky vai descobrindo, e o espectador junto, os segredos de sua família e de sua cidade.
Tudo está interligado ao mesmo tempo agora.
Mais uma vez agradeço ao Mubi a graça alcançada.
NOTA: 1/2