How To Blow Up A Pipeline é o tipo de filme que eu amo: barato, radical, indiezão, político, cheio de personagem ótimo, muito bem escrito e dirigido.
O filme é baseado em um livro de sucesso bem recente e dirigido pelo ótimo Daniel Goldhaber que uns anos atrás nos entregou o lindaço Cam, que já vinha nessa mesma linha filosófico-cinematográfica.
Desta vez um grupo de jovens que eu chamaria de terroristas ecológicos, gente que faz falta pelo mundo, resolve explodir uma pipeline, uma linha de transmissão de combustíveis como protesto bem radical para mostrar o quanto esses combustíveis são tóxicos não só para o meio ambiente mas também para os serezumaninhos também conhecidos como nós mesmos.
O diretor Goldhaber resolve nos contar essa história com uns flashbacks bem pontuais que acabam ajudando muito na linha temporal da história meio que brincando com a nossa percepção de todos os seus peersonagens.
Personagens que formam o grupo mais heterogêneo dos últimos tempos que estão unidos, por um curto período de tempo, por um bem comum, que é protestar com a atitude mais punk possível.
Eu prefiro não acreditar que seria tão fácil (trabalhoso, mas fácil) explodir o que eles explodiram.
E mais fácil ainda “enrolar” as autoridades sobre a autoria do pseudo atentado.
Não contente com esses pequenos detalhes super importantes do roteiro, o diretor ainda conseguiu o melhor elenco possível.
Para esse grupo que chamei de heterogêneo, ele escalou atrizes e atores não muito conhecidos o que dá ao filme uma cara meio que de documentário, mas não que tenho essa cara e nem seja a intenção do diretor.
Eu acredito que quanto menos a gente conhece os atores que trabalhem em um filme como esse, mais a gente acredita que aquilo possa ser verdade, já que a história não é real, é baseada em um livro de ficção.
Já quando um filme é baseado em história real, acho que dá pra colocar um Brad Pitt fazendo papel do Dalai Lama que tudo bem.
Tô brincando mas é verdade.
Em How To Blow Up A Pipeline o diretor Goldhaber acertou em cheio em tudo, não deixou ponta solta, não deixou muita margem para interpretação, só abre nossas cabeças para que repensemos o conceito do eco terrorista.
Meio o que falei ontem de Joe, o filhos dos punks originais que queimou parte do legado de seus pais para chamar a atenção para algo maior que camisetas que valham mais ou menos que 5 milhões de euros.
Isso é o radical, o punk, o pós hippie, a pessoa que leva mais em conta quanto vale o lar e menos quanto custa a calça, a pessoa que prefere ir presa por incendiar um boneco do primeiro ministro enforcado do que ficar sentado e dizer que “é política, não tem o que fazer”.
Um beijo grande pra esses heróis (quase) anônimos.
NOTA: