Que a gente ama o Christophé Honoré você já sabe por um monte que já falei dele aqui, pelo menos.
O que me fez amar mais ainda o diretor francês foi que eu seu novo filme, Le Lycéen, ele conseguiu atingir níveis de direção há muito não vistos no cinema francês.
Ainda mais com um ator de 20 anos de idade entregando o absurdo que entrega Paul Kircher, que inclusive é filho de uma das musas do cinema francês Iréne Jacob.
Aqui Paul é Lucas, um adolescente gay que acabou de perder o pai em um acidente tosco de carro e tem sua vida virada de cabeça para baixo principalmente por achar que o pai o desprezava por ser gay.
Com ajuda de sua mãe que tb não está nada bem (a maravilhosa Juliette Binoche) e seu irmão mais velho malucão (Vincent Lacoste, muso do diretor), Paul vai passar 1 semana em Paris com o irmão para tentar ficar bem da situação e voltar para a escola.
Mas Paris acaba sendo um bando acontecimentos extremos para Lucas, onde ele vive paixões, surpresas, desesperos, dúvidas, a cada minuto.
O lycéen do título quer dizer que ele ainda está na escola, adolescente mesmo, moleque de tudo, naquela fase impressionável ao mesmo tempo que perdidinha que só.
O filme é daqueles que vão acontecendo aos poucos, como eu dizia na infância, vai pegando no breu devagar, até que acende tudo e o balão voa lindo e iluminado.
Quer dizer, não voa mais porque hoje em dia não pode, mas quando eu era pequeno ainda se soltavam balões em junho, daí a comparação.
Honoré nos mostra neste filme o que talvez pudesse ter acontecido em sua adolescência, já que ele não faz questão de se esconder e vive o pai de Lucas, o que morre no início do filme.
Le Lycéen é uma aula de como se faz um drama adolescente gay sem ser preconceituoso, sem ser paternalista, sem passar a mão na cabeça de seus personagens nem nada parecido.
Honoré teve a sorte de ter um ator gigante no ainda jovem Paul Kircher e através dele mostrar ao grande público que um adolescente, para quem não se lembra, é um turbilhão de sensações que anda e come e respira e não respira tudo ao mesmo tempo sem pensar muito.
E que se esse adolescente é gay, ainda por cima, as coisas e sensações são mais extremas ainda e suas reações e as consequências, mais extremas.
NOTA: