Faz umas 2 ou quase 3 semanas que eu já assisti Sisu e estou há dias com um probleminha: dou nota máxima ou não?
Sisu é o típico #alertafilmão aqui do blog.
É um filme finlandês que se passa nos últimos dias da II Guerra Mundial onde os soviéticos já tomaram tudo de volta dos nazistas.
Os que não foram trucidados e morreram, estão fugindo de volta para a Alemanha deixando um rastro de sangue pelo caminho.
Até que deparam com um mineiro solitário, mineiro de procurar ouro, não de Minas, diga-se de passagem.
O tal mineiro descobre um veio de ouro gigantesco e vai carregando seu tesouro até o banco mais próximo em seu cavalo velho e com seu cachorrinho o acompanhando.
Só que o banco fica a dias e dias E dias de distância e o mineiro, que entra no filme mudo e sai calado (mentira, ele diz uma única frase o filme inteiro), esse mineiro bravo encontra alguns nazis pelo caminho e vai manchando de vermelho sangue uma Lapônia branca de neve.
E o diretor finlandês Jalmari Helander é dos meus: nazista bom é nazista morto.
Só faltou tocar Blue Monday nas sequências de carnificina.
Eu poderia dizer que Sisu é um road movie desgraçado com muito sangue, pouco diálogo e o melhor, pouco roteiro.
Sim, estou elogiando a falta de roteiro porque um filme como este não precisa de história além do óbvio: o cara achou muito ouro, quer depositar no banco e não quer ser incomodado em sua epopéia.
Pra sua e nossa sorte, quem tenta atrapalhar a viagem são os nazis que além de serem um lixo, são burros e o mineiro calado se diverte.
O mineiro de Sisu poderia ser comparado a heróis como Conan e Rambo, gigantes fortões que preferem estraçalhar seus inimigos a falar.
Com a única diferença que o mineiro poderia ser pai do Rambo em idade e meio que metade de um Conan da vida, já que é um cara fisicamente normal.
Sisu apareceu em um momento chave do cinema onde a violência explícita meio que voltou à moda.
E o melhor, a violência “com razão” vem sendo aplaudida.
John Wick 4, por exemplo, bateu recordes de mortes e membros decepados e é um dos grandes sucessos de bilheteria do ano, muito pelo personagem principal ser um cara com quem a gente se relacionaria facilmente.
Apesar de ser um assassino cruel, Keanu, ops, John Wick estava (ainda) vingando as mortes de sua família.
O mineiro de Sisu estava só querendo chegar no banco e como diz o outro, não mexe com quem tá quieto.
Também como em John Wick, o diretor de Sisu perdeu muito, mas muito tempo pensando em como não repetir mortes, em como filmar as mortes mais absurdas e algumas bem bizarras mesmo.
E de novo, a gente ama muito isso.
NOTA: