Mais uma vez eu aqui traduzindo pra português um título de filme na esperança que alguém lance por aqui e acate minha sugestão.
Mais Que Nunca é um dramão francês estrelado pela maravilhosa, pela diva, pela nossa preferida Vicky Krieps.
E por um bonitinho de lá chamado Gaspard Ulliel que a gente também gosta bastante.
Vicky é Hélène, uma mulher com uma doença terminal, em tratamento, vivendo uma vida que ela não sabe o que quer e seus amigos e familiares não sabem como lidar com ela, à beira da morte.
Ela é casada com Matthieu (Ulliel), que a apoia em todas as suas decisões, que está sempre ao lado, que faz tudo o que pode por Hélène.
Até que ela toma uma medida drástica: Hélène decide ir para a Noruega sozinha.
No estado físico que está. Radical.
O que seu marido não sabe é que ela vem conversando com um norueguês que está passando por uma situação de saúde parecida e tem muitas ideias controversas a respeito de como lidar com tratamentos para doenças sem cura.
Hélène diz que vai ficar uns dias em um lugar lindo, que quer conhecer fiordes.
Mas lá chegando ela vai para a casa de Bent (Bjørn Floberg), passa os dias em uma cabana no fundo do terreno onde ela não tem calefação, nem conforto, nem eletricidade, nem internet nem nada.
Decisões radicais em momentos extremos.
Quando ela finalmente fala pelo telefone com Matthieu ela inventa várias desculpas e conta que teve problemas e que está instalada na casa de um senhor que ela conheceu, o que não ajuda em nada na preocupação e faz com o ele vá até lá.
Isso tudo contado pela diretora Emily Atef que ama sua Hélène, filme Vivky Krieps e sua personagem atormentada pelas maiores dúvidas existenciais possíveis por ângulos e enquadramentos que nos faz enxergar a alma de Hélène.
O problema é que Atef deve ser a maior fã de Claire Denis (que eu não gosto nem um pouco) e seu cinema da pseudo não preocupação.
Como sua ídola, Atef fotografa sua personagem como ninguém mas faz parecer que ela não está nem aí para o que está nos mostrando.
É uma dicotomia formal que me irrita muito.
É como um cinismo cinematográfico, o que acaba fazendo com que o espectador do filme acabe sentindo algo parecido com um “dane-se o que eu tô vendo”.
“Ah, a Hélène é linda mas azar o dela que tá morrendo e tá dormindo quase ao relento no frio norueguês”.
“Ela não quis ir pra lá, agora aguenta”.
Só que isso com uma fotografia incrível, uma trilha belíssima, mas com personagens quase displicentes.
Uma pena.
Um pouco mais de calor no coração faria toda a diferença.
NOTA: