Gil Boksoon é uma executiva bem sucedida, mora em um apartamento maravilhoso com sua filha adolescente bem adolescente.
Isso quer dizer que ela não consegue conversar com a filha direito, não consegue se fazer entender, não consegue que a filha se abra com ela.
E a filha, coitada, não se abre porque acha que a mãe é uma chata, com o emprego mais chato e com a vida mais chata de todas.
Mal sabe ela que Bookson é uma das mais famosas, poderosas, endeusadas matadoras de aluguel da Coréia do Sul.
E que por tudo isso e mais um pouco ela vai começar a ser perseguida por seus companheiros, por seus até então amigos e claro, por seus inimigos.
E Kill Boksoon, Mate Boksoon, é um banho de sangue do começo ao fim.
É o tipo de filme que eu não via sendo lançado pela Netflix e se essa for uma promessa para o futuro, que bom dona Netflix.
Gil Boksoon parece uma versão oriental, tipo uma prima distante de terceiro grau do John Wick, aquela personagem que fica virada no jiraiya da vingança.
E o mais legal é que a atriz que vive Gil Boksoon é incrível: Jeon Do-yeon já venceu o prêmio de melhor atriz em Cannes por Secret Sunshine e é uma das atrizes mais ativas do cinema sul coreano.
Como Boksoon, Jeon Do-yeon nos entrega a mãe preocupada com a filha, a mãe que frequenta reuniões da escola e no próximo segundo mostra a assassina implacável que é, a mulher fria, calculista, sem dó nem piedade que acaba tendo seus princípios abalados por um serviço nem tão ético assim, o que quer que a ética de assassinos signifique com um leque que vai de k-pop ao horror.
Ah, só uma coisa: talvez o grande mérito de Kill Boksoon é não ter influências óbvias de Tarantino, já que parece que hoje é obrigatório copiar o carudo hollywoodiano.
NOTA: