Não tem jeito, todas as várias vezes que eu escrevo aqui sobre o novo filme do meu ídolo francês Mr. Oizo, o velho e bom Quentin Dupieux eu preciso dizer que mais uma vez eu só penso num filme dos Trapalhões como referência pra esse cinema “cara de pau”.
Desta vez o Quentin francês nos entrega um mundo onde bichos nojentos, tipo baratas gigantes, são combatidos e, ufa, mortos, por um esquadrão que parece um tipo de Power Rangers mas que na verdade seus poderes derivam dos males do cigarro.
Sim, eles “emanam” através de suas mãos fumaça de cigarro que mata os insetões.
E claro, como não poderia ser diferente, eles são comandados por um rato que baba e transa com toda mulher que aparece em sua frente.
Fim.
Se Fumar Causa Tosse (o título mais óbvio em português deste petardo) terminasse aqui, já seria um dos melhores filmes do ano mas só isso não daria um filme de quase 80 minutos (obrigado, Dupieux, precisamos de filmes curtos SIM).
Para passar o tempo enquanto aguardam sua nova tarefa, os membros da Força Tabaco passam 1 semana em um retiro de relaxamento e para que sua energia e suas forças sejam recarregadas.
Para passar o tempo, eles ficam contando histórias de horror, transformando o filme inclusive em uma mini antologia gótico-sanguinária.
Fim.
De novo.
Com tudo isso temos mais uma ousadia radical de Dupieux, mais um filme que não se encaixa em nenhum padrão, nenhuma categoria do cinema atual e mesmo assim estreou em Cannes com louvores merecidíssimos.
Uma comédia fantástica surreal?
Uma ficção científica ornitorrinca?
Um drama filosófico brechtiano de horror?
Tudo isso e mais um pouco.
Mais uma vez Quentin Dupieux, o icônico dj e produtor Mr. Oizo, o meu Quentin favorito, não nos decepcionou e melhor, não decepcionou o legado de Os Trapalhões.
Viva o Didi, ô psit!
NOTA: 1/2