Vamos começar do começo: eu AMO o U2.
E nem venha com piadinhas, insultozinhos, nhénhénhézinhos que eu não tô nem aí.
O U2 é uma das bandas da minha adolescência, cresci com os caras, já vi uma quantidade ridícula de shows deles e me diverti muito em cada um deles, lembro do dia que comprei o Boy e o War, adoro mesmo.
A chatice do Bono de querer fazer o mundo um lugar melhor pra mim é o máximo.
O Bono ser amigo de todo mundo e aparecer tipo em filme do Win Wenders como um extra pra mim é o máximo.
O Boy George fazer piada com o Bono dizendo que ele ainda não achou o que ele tá procurando é porque ele não olhou pra trás, pro baterista Larry Mullen Jr. é o máximo.
O Bono aparecer em listas de paraísos fiscais é péssimo, ainda mais pra quem prega tanto a igualdade e tal. Péssimo.
Mas eu gosto do U2.
Fui assistir Bono & The Edge: A Sort of Homecoming with Dave Letterman, documentário do Disney+ com vontade.
Me decepcionei? Nada. Achei bem legal, divertidinho, meio que um filminho sobre uns milionários que queriam se explicar um pouco.
Gostei dessa “explicação”? Nada. Nem um pouco.
Basicamente o U2 lançou esse documentário, capitaneado por um Dave Letterman que tem um momento fofo e inesperado de redenção, como a própria banda procura no filme, onde eles nos mostram versões bem diferentes de quase 40 músicas de uma carreira gigantesca de mais de 45 anos.
E redenção em música do U2 é mudar letra.
O U2 lançou um disco com revisitações a 40 de suas canções e algumas delas eles inclusive mudaram as letras.
Acredita?
Mas não se pode criticar o artista que resolve mudar a obra. Artista faz o que quiser.
Ah, pode sim. É artista, tá no mundo, lançando coisas há anos e se resolve mudar a letra de músicas lançadas há anos a gente critica sim.
Entendo o que o Bono fez mas não curti.
Mas curti o filme, achei bem bom, bem filmado, bem montado e a ideia deles terem feito um show para mostrar esse feito para uma platéia de super fãs que obviamente, amaram, de perto, em Dublin, num teatro maravilhoso e icônico, tudo lindo, tudo bem feito como tudo o que o U2 faz.
E ainda tem uma participação mais que especial do meu preferido Glen Hansard de Once, um dos melhores amigos do Bono, bacana demais.
O problema é que se essa moda pega daqui a pouco Jesus volta pra reescrever a Bíblia, imagina que lôko!
NOTA: