A Noite do 12 é um policial francês que fez a rapa nos prêmios César 2023.
Levou melhor filme, direção, ator coadjuvante, roteiro adaptado e som.
Mas o melhor prêmio do filme, na minha opinião, foi pra Bastien Bouillon, que venceu o prêmio de ator revelação.
Bouillon é Yohan, chefe de polícia em Grenoble, que tenta desvendar o assassinato de Clara.
O grande problema de Yohan é que na França, o número de assassinatos e crimes não resolvidos é um dos maiores do planeta.
E a gente vê no filme que nada é muito diferente do que acontece aqui no Brasil, desde policiais displicentes a policiais super estressados, exageros em ambas as pontas do espectro ruim para pessoas que lidam com as vidas de outras.
Em A Noite do 12, a assassinada é Clara, uma moça que tem uma vida bem animada e que durante o filme a gente descobre que ninguém, nem família e nem suas melhores amigas, conheciam todas as facetas da vítima.
À medida que a história vai sendo desvendada por Yohan e sua equipe, mais temos a certeza que nada ali vai ser fácil para a polícia e em consequência para os mais próximos de Clara, que esperam que o caso seja resolvido.
O filme é dirigido por Dominik Moll, um diretor muito competente, que sabe contar uma história e principalmente sabe dirigir seu elenco, nos entregando personagens bem definidos e bem complexos, sendo o melhor deles Yohan.
O prêmio de revelação que Bouillon venceu domingo passado deve-se muito a essa direção e ao roteiro muito bem resolvido.
Yohan é um delegado à beira de ser sutil e fino demais para ser chefe de polícia.
Para sua sorte ele está em Grenoble, uma cidade pequena e linda, onde aparentemente não se exxige tanto da polícia.
E a cereja do bolo deste filme policial menos violento e mais cerebral que a média é o quanto vemos a vida de Yohan fora da delegacia.
Por mais que a metáfora principal dessa “outra vida” seja um tanto tolinha, Moll consegue criar um personagem único, que poderia ter uma série das boas criada em torno de seu universo tão único dentro e fora do trabalho.
Apesar de ter sido lançado em Cannes e vencido o César de lavada, A Noite do 12 não é um #alertafilmão, não chegando aos pés de Saint Omer, por exemplo, mas sim uma ótima diversão.
NOTA: