Vincent Maël Cardona é o diretor de Os Magnéticos e ganhou um monte de prêmio bacana por seu filme, inclusive o César, o Oscar francês, de melhor filme de estreia.
Os Magnéticos é um filmaço, inclusive parece até se rum filme inglês de jovens que ouvem música boa de tão bom que é.
O filme se passa em uma vila rural da Bretanha francesa na década de 1980 onde Philippe, seu irmão e seus amigos tem uma rádio pirata onde tocam a mulher música possível, a MPB, música popular britânica, de Joy Division a Bowie, passando por tudo no meio.
Só que a possibilidade de ter que servir o exército faz com que Philippe, primeiro tente de tudo para que isso não aconteça e segundo, tenta fazer tudo o que pode antes daquilo acontecer.
Se Os Magnéticos tivesse outra trilha já seria um belo filme, mas a vontade do diretor de mostrar que aqueles jovens do meio do nada estivessem totalmente ligados ao melhor que era produzido do outro lado do canal já nos dá a dica que aquela molecada não é qualquer uma.
Philippe, além de ser o técnico de som da rádio Varsóvia, é um gênio do som, montando áudios incríveis, editando os sons mais esdrúxulos e inesperados e o mais legal, tudo sendo um cara bem na dele, bem tímido, o oposto do seu irmão Jérôme, o ídolo da turma, o mais barulhento, opinativo e exultante de todos.
A distância, o amor adolescente, as promessas de novas possibilidades, o desespero da mesmice, fazem de Os Magnéticos um daqueles filmes que vão entrar pro panteão das histórias de crescimento.
Philippe é o sonho de personagem de qualquer diretor, multi facetado, com jeito de que pode explodir a qualquer momento ao mesmo que exala timidez.
Cardona soube exatamente o que fazer com seu filme e nos entregou uma viagem das mais interessantes, a ponto de por momentos eu me esquecer que fosse um filme francês e pensar que tudo se passava no interior inglês, de tão universal que a história é.
NOTA: