Calma, respira fundo e aceita: eu NUNCA tinha visto esta pérola.
Juro.
Tá, pode me xingar em 3, 2, 1…
Minha filha é viciada em As Branquelas, como parece que muita gente também é.
Ela sempre fala do filme, sempre faz piada com BF, com as dancinhas, com o cachorro e tudo mais e eu sempre com cara de paisagem.
Ontem a noite nos jogamos na Netflix, a Isabella vendo pela milionésima vez e eu pela primeira a saga dos irmãos Wayans como 2 agentes do FBI que se travestem de 2 jovens brancas milionárias para ao invés de protegê-las, que era seu job do dia, tentam descobrir quem quer acabar com sua família em seu corpo.
E (quase) tudo dá errado.
Pra começar, não sabia que o filme tinha sido escrito pelos roteiristas de Os Trapalhões.
Mentira, não foi, mas poderia ter sido.
O filme foi lançado em 2004, de uma fase bem “problemática” das comédias de Hollywood, com o Jim Carrey em Debi e Lóide fazendo a piada de peido mais emblemática do cinema americano. E os Wayans se esforçaram para igualar o feito escatológico neste filme com uma bela visita ao reservado por uma das personagens que é intolerante a lactose.
O interessante do filme é ser uma crítica descarada (o que é ótimo) não só a branquelas fúteis e riquinhas mas a todos os branquelas possíveis porque não tem um que se salve no pastelão.
E a bobajada é crítica em cima de crítica onde quase ninguém se safa, nem o fortão do Terry Crews fazendo um personagem rico e, claro, fútil e paga pau de mulher branca que está lá meio que como um alívio cômico da comédia policialesca.
O que me deixou impressionado no filme foi a trilha: o dinheiro que gastaram com músicas da Beyoncé a Pink, passando por Maroon 5, No Doubt, Richie Vallens, MC Hammer, daria pra ter refeito o filme com uma direção de arte melhorzinha, porque até nisso eles pecaram.
O filme se passa nos Hamptons, um dos lugares mais “finos” dos EUA, mas no filme parece se passar em um hotelzinho de estrada no meio do nada com um monte de gente cafona dançando, caindo, peidando, todo mundo mal vestido.
E isso tudo faz de As Branquelas um clássico tosco, quase cult, onde um elenco bem bom, com nomes bem interessantes da época como John Heard, por exemplo, até um elenco de gente nova que faz sucesso até hoje como Jamie King, Busy Phillips, Jennifer Carpenter.
Eu juro que queria ter gostado mais do filme, mas assistir hoje só confirmou o porquê de eu não ter visto na época: esse tipo de comédia mal feita não é pra mim mesmo.
Mas apesar de todos os pesares eu entendo o sucesso cult, curto muito coisa do filmes e ri um monte, o que foi também uma grande surpresa pra mim.
NOTA: