Finalmente me rendia às 3 horas e tanto da sensação RRR, o filme da Netflix produzido na Índia que vem agradando gregos, troianos e todo mundo no meio.
Eu fiquei muito impressionado com o filme e preciso confessar que tinha certeza que não conseguiria chegar ao final das mais de 3 horas de história e olha, consegui e foi fácil.
Sim, já falei 2 vezes da duração do filme porque eu não me conformo que em pleno 2023 ainda lancem filmes com mais de 100. minutos de duração.
Assisti o filme sem saber nada a respeito e adorei a história de amizade, traição, amor, ação e muita, muita música e dancinha, como esperamos de um bom filme de Bollywood.
Mas calma.
RRR não é um filme “de Bollywood”, a Hollywood da Índia, maior que a própria Hollywood.
RRR é filme pra inglês ver, é filme com todas as características de um filme de Bollywood só que produzido para fazer sucesso no resto do mundo.
E funcionou.
RRR é absolutamente ingênuo para padrões de cinema ocidental.
É lindo, bem fotografado, com uma direção de arte que grita aos olhos, que não é a que nós estamos acostumados.
Tudo é grandioso, tudo é colorido.
Até o elenco é grandioso. Difícil ter uma sequência chave do filme sem pelo menos uns 50 extras dançando ou correndo ou lutando.
O elenco é incrível, todo mundo lindo e bem vestido numa história que se passa num passado onde os ingleses ainda eram “donos” da Índia, mandavam e desmandavam, tratavam o povo violentamente, o que me incomodou um pouco.
Mas eles deixam claro que isso é uma reprodução de atitudes que não mais existem, mas foram usadas para contarem a história de RRR ( Revolta, Rebelião, Revolução em português).
O filme é adorado por onde passa, a Netflix tá bem feliz com ele, acabou de vencer o Globo de Ouro de Melhor Canção, derrotando Rihanna, Lady Gaga e mais um monte de cantora pop que faz música pra filme e sai ganhando Oscar a torto e a direito e só por isso RRR tem minha torcida, música de filme mesmo.
E não se assuste.
RRR é um filme de ação caríssimo, cheio de exageros (sim, de novo) e de efeitos especiais, de tigres gigantes, pontes em chamas, explosões, palácios com jardins enormes e lindos, mas esses efeitos especiais estão mais a serviço da história e do filme em si do que, por exemplo, um filme de super herói que gira em torno dos efeitos especiais, como um Avatar que o Cameron espera tecnologia para fazer seu filme.
Aqui é o contrário, o que importa é a história dos amigos que se estranham, da família que quer se manter unida a sua filha raptada pelos ingleses, de toda a aura de mitologia em torno do roteiro para deixar o filme grandioso e emocionante, filme como há tempos não via um parecido.
Que venham mais.
NOTA: 1/2