Hlynur Pálmason é um ótimo diretor.
Seu filme de 2019, Um Dia Muito Claro é forte, bem feito demais e acredite se quiser, tem um poster parecido com o de seu novo filme, queridinho de Cannes 2022, Godland.
Ambos os posters são com fotos de homens carregando alguma coisa, aqui uma mochila, lá, uma criança.
Aqui em Godland é um pastor dinamarquês carregando uma mochila com seus pertences e sua câmera fotográfica por uma Islândia quase “virgem”.
Esse pastor está indo para o interiorzão, para construir sua igreja sem conhecer nada do país nem de sua cultura.
Ontem falei de outro filme, dinamarquês, também sobre um pastor que ia para o interior construir sua igreja sem pensar nos povos originários e se deu mal.
Aqui o pastor é mais inteligente, menos “poderoso”e tem noção de onde está se metendo, vai com respeito e com calma.
O que acontece é que a ideia do filme aqui é maior e melhor do que o filme em si.
O diretor Pálmason baseou seu roteiro em uma história real deste padre fotógrafo.
De sua história sobraram as fotos que ele tirou lá no final do século XIX e que se tornaram a fonte para Godland.
O filme é lindo, muito bem fotografado, com um elenco perfeito muito bem dirigido, mas o roteiro vai e vem. O diretor varia entre o drama de roteiro e as divagações fotográfico-oníricas.
A gente nunca sabe se a história vai pra um lado ou para outro e isso me incomodou muito, já que a dicotomia razão e emoção fica cada vez mais radical na história do pastor Lucas.
Pálmason, o diretor, escolheu sua forma de contar a história, “exagerou” no roteiro e apesar de todos os pesares, nos entrega um filme incrível, com toques de genialidade, que já havia aparecido em Um Dia Muito Claro e com certeza vem com força em seu filme que estreará no Festival de Berlim mês que vem, Nest.
NOTA: