A Caixa do título deste drama mexicano contém os pertences do pai morto de um garoto, que atravessa o México de ônibus para recolher o que lhe sobrou de uma história que ele não viveu.
Seu pai abandonou a mãe grávida e o resto, bom, o resto não teve.
O menino cresceu, vive com a avó desde que a mãe morreu e nunca conheceu o pai.
Só que ao pegar o ônibus de volta para casa, o menino vê um homem na rua que é muito parecido com o pai que ele só conheceu por fotos.
Ele desce do ônibus e vai atrás de sua história.
Primeiro levando um não do homem, dizendo que o menino está doido.
E depois de muito insistir, ele consegue que seu pai o reconheça.
E por lá ele fica.
O filme do diretor Lorenzo Vigas tenta ser uma jornada de conhecimento e descoberta do menino e também do pai que nunca foi e que agora vai ser 2 vezes, já que sua esposa está grávida.
Nisso ele juntou histórias de cunho social como o abandono, a pobreza, trabalhadores miseráveis e nesse caldeirão de opções, o filme fica num meio de caminho perigoso.
Eu lembrei muito do lixo mexicano de 2 anos atrás, Nova Ordem, onde o diretor Michel Franco quis fazer uma crítica a la Parasita e errou na mosca.
Pra piorar, ao se defender, ele dizia ser mal interpretado por ser um diretor de cinema branco no México.
Tadinho, né?
A Caixa recebeu críticas parecidas em seu país, principalmente por estereotipar a pobreza, onde os miseráveis não são brancos e o único branco do filme é o opressor. Em vários níveis.
Resumindo, o filme é um bom motivo pra se ver o que vem sendo feito de quase errado pelo mundo.
E pra gente aprender e não repetir esse tipo de erro por aqui.
NOTA: